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terça-feira, 31 de dezembro de 2024


A GENEROSIDADE DE DEUS... COM O CORAL VIVA VOCÊ

O tema da igreja que frequento para o próximo ano é: “A generosidade de Deus” e confesso que achei sensacional e para ilustrar pensar como foram os “365” dias do Coral Viva Você, tomei emprestado a ideia para fazer algumas reflexões do muito que vivemos,

Vivemos a generosidade de Deus, pois recebemos novos componentes que não somente acrescentaram, mas agregaram qualidade ao nosso grupo. Não sou tão veterano como as meninas Petronilha, Cida Arleu, Mirtes, Moema e logo em seguida Iolina de Fátima, Sara e Onorina, testemunhas oculares do que estou falando, mas já tenho um tempinho de estrada.

Entendo que Deus foi generoso conosco, pois conseguimos cumprir uma enorme e bem diversificada agenda aqui no nosso estado quando cantamos em igrejas, secretarias, escolas, teatros, pequenos e grandes palcos.

Vejo generosidade dos organizadores do festival de coros em de Cachoeiro de Itapemirim nas programações alusivas a festa da cidade e o acolhimento que sempre recebemos do incansável grupo de recepção da Catedral de São Pedro. Confesso que sou fã dos meus conterrâneos.

Vejo generosidade de Deus na viagem que fizemos às cidades históricas de São João Del Rei e Tiradentes. Foi uma viagem memorável e uma palavra de gratidão à Edna e Dan que foram conosco. Evidentemente que não posso deixar de falar do frio e do sufoco que tivemos para lanchar no final da noite de sábado, pois o número de Coros que várias partes do Brasil era enorme, mas no final deu tudo certo.

Vejo generosidade de Deus sempre que retornamos ao município de Domingos Martins e particularmente nesse ano quando cantamos no Templo da Primeira Igreja Batista da Cidade. Não posso deixar de citar as palavras que ouvimos de um ilustre ouvinte que acalentou os nossos corações e o jantar que nos foi oferecido, proporcionando a oportunidade de algumas pessoas cometerem o pecado da gula, inclusive esse que vos escreve.

Vejo generosidade dos organizadores do Festival de Música de São Gabriel da Palha e o carinho dos membros da Igreja Católica Matriz em nos receber e as experiência que ali vivemos foram tão marcantes que teve gente que participou tanto das danças típicas do local que quase perdeu a noção de que precisava voltar para o hotel.

Vejo a generosidade de Deus, pois almejamos cantar no Festcoros - Festival de Música de Salvador, mas não imaginávamos que tão rapidamente nosso sonho se tornaria realidade quase que inesperadamente, mas aconteceu. Cantar na Biblioteca da Cidade, Teatro Jorge Amado e na Igreja Nosso Senhor do Bonfim, foi uma linda experiência. Andar pelas locais históricos, relembrando os sofrimentos dos escravos que nos deixaram riquíssimas contribuições na cultura, agricultura e religiosidade que devem ser compartilhadas as futuras gerações. Experiência Divina.

Vejo a generosidade de Deus, pois conseguimos chegar ao final do ano após muitas lutas e dramas pessoais conseguimos, nosso grupo conseguiu se manter unido e coeso, sempre se ajudando mutuamente. Aproveito a oportunidade para agradecer a força que recebi na minha por ocasião da perda do meu sobrinho.

Vejo a generosidade de Deus, por contarmos mais um ano com a nossa regente Nara. Sou grato a Deus pela sua vida e de toda a sua família. Sei que ela viveu um ano que em vários momentos foram bem difíceis, mas mesmo assim ela com o profissionalismo de sempre nos incentivou a subir um degrau a mais tanto na interpretação, quanto na expressão das nossas diversas de canções. Muito obrigado pelo seu apoio e incentivo!

Vejo a generosidade de Deus, quando nos enviou definitivamente Ricardo como nosso tecladista depois de algumas pessoas passarem pelo Coral nos auxiliando nos ensaios. Um jovem cheio de qualidades e que a cada dia de convívio mais aprendemos a gostar do jeito peculiar dele de ser. Além de músico, também é escritor. Muito obrigado!

Vejo a generosidade de Deus, porque contamos com nossa percussionista Flávia. A sensibilidade dessa moça muito em encanta e tocar com ela acaba sendo fácil, pois o tempo inteiro ela passa tranquilidade em forma de estímulo e afirmo que é fácil tocar com alguém que se comunica com os olhos e consegue fazer o difícil parecer fácil. Um dia eu alcançarei a sua tranquilidade.  

Vejo a generosidade de Deus ao nos enviar o Tio Marlon. Chegou cheio de gás e com muita vontade de acertar, organizando nossas pastas, providenciando atualização dos dados cadastrais do grupo para liberação de entrada no estacionamento e prédio da Secretaria. Está fazendo um grande trabalho.

Vejo a generosidade de Deus porque temos o Johan Wolfgang, que retorna à equipe do Coral. Gosto de sua maneira de trabalhar com o grupo e além de tudo é um grande músico e tem muito a oferecer. Foi muito legal viajar com na companhia dele, afinal... nossos tios arrasaram.

Vejo a generosidade de Deus, pois nos bastidores do nosso grupo, temos nossas meninas que trabalharam de maneira incansável como Lurdinéia e Rosângela e várias outras pessoas dia e noite, para que nossas viagens, ensaios, diárias e prestação de contas pudessem acontecer. Muito obrigado!

Vejo a generosidade de Deus pela vida de cada coralista que contribuiu para o nosso sucesso como equipe. Ensaiar, viajar e apresentar em diversos locais e algo que desgasta profundamente o convívio, mas não podemos esquecer que, vida de artista é assim.

Vejo a generosidade de Deus, por me permitir viver e curtir todos os meus momentos com o grupo. Sempre tentei levar minha vida com leveza e muita alegria e o Coro me permitiu viver dessa forma, tanto nos nossos ensaios quanto nas nossas viagens. Muito obrigado amigos e amigas pelos momentos compartilhados na nossa jornada.

Desejo expressar com esse texto toda a minha gratidão pelo ano que vivemos, pelas nossas lutas e vitórias pessoais e como grupo. Grandes coisas fez Deus fez por nós e por isso estamos alegres.

Desejo a todos os coralistas, leitores, colegas de trabalho, familiares, amigos e amigas um Ano Novo repleto de realizações.

É isso por hoje... é vida que segue

 

 

 

 


segunda-feira, 30 de dezembro de 2024


UM NATAL DIFERENTE

Foi um final de ano diferente, pois o meu pai fora internado há dois meses depois de mais de 24 anos desde que sofrerá o primeiro Acidente Vascular Cerebral. Ele era um homem negro, forte e alto e trabalhou durante toda sua vida na Rede Ferroviária Federal, antiga Leopoldina e como não se importava muito em cuidar da saúde, assim como a maioria dos seus colegas de trabalho, acabou sucumbido para uma doença que poderia ter sido evitada.

Após sua internação, sofreu outros AVCs e a cada dia sua situação foi ficando pior e a família começou o revezamento no hospital evangélico de Cachoeiro de Itapemirim para cuidar do nosso pai.

No ano de 2004, solicitei licença médica para cuidar de doente, considerando que a minha mãe, não teria condições de passar dias e noites no hospital sem que adoecesse também. Pois bem, ela ficava alguns dias e sempre às noites eram nossas e coube a mim, permanecer na noite de véspera de Natal.

Para quem conhece Cachoeiro, a capital secreta do mundo, o dia 24 de dezembro é muito parecido com as grandes cidades. Muito movimento de pessoas num frenesi tremendo e o comércio fica em polvorosa. No meu caso que já não gosto de dirigir nos sábados por aqui, muito menos no dia que antecede o Natal.

Ao final da tarde o movimento começa a diminuir e ao contrário do passado, o comércio fechar mais cedo e as pessoas começam a retornar para suas casas, para os preparativos da ceia de natal. E por volta das 18h, começo o meu turno no Hospital Evangélico para passar a noite com o meu pai.

O quarto ficava na parte baixa do prédio, porém no terceiro andar. De lá dava para ver o pequeno movimento de uma rua que só se agitava quando chegava alguma ambulância, fora os moradores locais. Mas era possível ouvir os brilhos e estourar dos fogos da janela do quarto.

Na minha cabeça era uma sensação contraditória, pois de um lado via os fogos e alguns gritos de comemoração e virava o meu olhar e via o meu pai, respirando com muitas dificuldades, além de estar recebendo alimentação enteral. De um lado muita festa, alegria e do outro lado consternação. Devo confessar que essa cena sempre deixou um nó na minha cabeça.

Foi uma noite bem sofrida e não consegui fechar os olhos nem um momento sequer em função da situação do meu pai e pontualmente às 05h da madrugada depois uma troca de olhares ele fechou os seus olhos para sempre e descansou dessa batalha física. Nunca mais me esqueci daquele olhar. Isso foi há 20 anos.

Quatro anos antes dessa cena no dia 25 de dezembro, após um dia de comemorações do Natal, no final da tarde, minha irmã grávida de um menino foi levada as pressas à Maternidade para ganhar seu bebê. Nasceu o menino que recebeu o nome de José Vitor e trouxe alegria para todos os familiares.

Minha irmã e cunhado, ficaram extasiados com a criança que foi crescendo e desde cedo demonstrava um tremendo talento com a arte de grafitar e pintar murais de forma leve, solta e outras arrojadas. Era um exímio talento e tinha a alma e inquietações de um artista. Esse povo e isso falo com carinho, tem a capacidade de enxergar nos detalhes coisas que não conseguimos ver na totalidade. São perspicazes na visão, observação e tradução para o mundo.

O menino cresceu e todos o dia 25 de dezembro, sempre comemorávamos o nascimento daquele que outrora fora criança e acabou se transformando num bonito jovem, com direito a todas as inquietações e frustrações que essa idade acaba trazendo quando estão completando a fase de amadurecimento de suas funções neurológicas, psicológicas e emocionais.

Pois bem o rapaz chegou aos seus 23 anos e diante das pressões, emocionais, psicológica e emocionais, acabou não suportando a dor de enfrentar as questões da vida e nos deixou em junho do ano corrente. Foi uma das experiências mais difíceis que enfrentamos como família. É o tipo de acontecimento que marcará para sempre a vida dos pais e dos familiares de perto em função das perguntas que insistimos em tentar responder, sabendo que não têm respostas.

Nesse ano de 2024, afirmo que o nosso Natal é diferente. Somos gratos a Deus, pelo Nascimento de Jesus, mas também nos lembramos daqueles que marcaram nossas vidas e essa lembrança se faz presente a cada minuto desse dia em que nas casas ouvimos risos e comemorações.

Nosso Natal será diferente, pois além da lembrança da morte de um homem de 74 anos à época, nos lembramos de um jovem que completaria 24 anos, justamente no dia 25 de dezembro de 2024. As lembranças permanecerão para sempre e vamos vivendo na esperança de que o aniversariante maior desse dia, se encarregará de cuidar e confortar os nossos corações.

Desejo para você e sua família um dia abençoado!

 

 

 

 

domingo, 15 de dezembro de 2024


Cantata Rei de Amor

Durante vários anos o maestro Waldenir de Carvalho, traduziu e várias peças musicais e esses trabalhos deixaram o seu nome marcado para sempre na memória da música evangélica brasileira.

A Cantata Rei de Amor foi escrita por Rodger Strader e arranjos de Bob Krogstad e como já foi mencionado, a tradução foi do Maestro Waldenir de Carvalho que contou com o Coral Renascença que ele dirigia e foram disponibilizados os famosos kits de ensaios das vozes e play back, que eram novidades naquela época.

Seguramente essa foi uma das primeiras Cantatas de Natal que surgiram no Brasil na virada dos anos 70 para os 80. Houve uma grande explosão de musicais em nosso país, pois fizemos a transição das famosas peças para música.

Iniciando no Ministério da Palavra e liderando a Primeira Igreja Batista em Manguinhos, recordo-me que fomos desafiados a substituir às peças natalinas pela Cantata Rei de Amor.

Nossa jovem regente, Nilciene Pereira Bastos Dias, tomou para si a responsabilidade de ensaiar e preparar o coral de nossa igreja para o grande desafio. Tudo preparado meticulosamente e com um grande painel com o nome do Musical, preciso registrar que foi uma grande apresentação.

Nesse ano de 2024, a Primeira Igreja Batista em Jardim Carapina, liderada pelo Pastor Marques Xavier Martins e através da nossa ministra de música, Alini Realino de Souza Gomes, apresentará essa belíssima cantata que apresenta Jesus como Rei de Amor, desde a revelação do anjo à Maria, como cumprimento das promessas feitas por Deus através dos profetas. Ele nasceu num lugar humilde e dormiu em paz numa estrebaria, enquanto os céus explodiam em festa pela chegada do Salvador da humanidade.

É um musical que deve ser ouvido com o coração tentando se transportar para os lugares que serão apresentados pelos solos e apresentação do Coral. Quero te convidar a assistir nos dias 15 e 22, sempre as 19h, no templo da Igreja, que fica na Rua Salvador, 260, Jardim Carapina – Serra – ES.

Desde já, desejo que este tempo de festividades pelo nascimento de Jesus, sejam momentos de profundas reflexões das nossas ações diante do esfriamento, indiferenças e endurecimento das nossas emoções diante do sofrimento dos estranhos de longe e dos nossos amigos e entes queridos de perto.

Natal não é sobre religião, mas sim de gestos de solidariedade que possam substituir ações que nos lembram de um dos mandamentos dos antigos que era “olho por olho e dente por dente”. Esse tempo foi abolido justamente através do nascimento de Jesus e se ainda vivemos naquele tempo, significa que o Rei de Amor, precisa nascer nos nossos corações.

Aproveito para desejar para você e toda sua família um Feliz Natal e boas festas!

É isso por agora... é vida que segue!

sexta-feira, 13 de dezembro de 2024


Brunella... como sua avó já dizia!

Eis que chegou o grande dia...

Depois de muitas lutas, corre e corre, noites em claro, sonos perdidos e jamais recuperados....

Depois de inúmeros choros, alguns de alegrias, de raiva outros de consolo...

Depois da vontade de matar alguns professores e todos aqueles que tentavam me consolar nos meus momentos de desespero...

Depois de tentar conter a raiva colegas de sala, do trabalho, da família e do namorado, achando que ninguém me entendia...

Depois da vontade fazer um buraco e desaparecer e questionar: onde estava com a cabeça quando escolhi esse curso...

Depois de passar meses, semanas, horas e dias pensando e sofrendo pelo TCC, naquele seu desespero de quem, sempre desenvolveu suas tarefas corretamente...

Depois de entrar em desespero achando que não conseguiria fazer a apresentação oral do TCC pelo fato de ser tímida, achando que ficaria em apuros, mas após a nota 10 que você recebeu, imagine se fosse extrovertida...

Depois de levar de vencidos todos os obstáculos da sua vida pessoal e do seu trabalho... chegou seu grande dia.

Dia de receber o diploma, sim, mas dia de olhar para trás e contemplar onde você está e imaginar tudo que você passou e visualizar pela fé, onde Deus te levará...

Brunella, desejo todas as bênçãos de Deus para sua vida, pois capacidade, esforço, inteligência, uma família linda você já tem...

Com a graça de Deus que o céu seja o seu limite, para muitas outras conquistas que por certo virão, juntamente com sua família.

Se existe orgulho santo, saiba que esse amigo se orgulha de você que para sempre será a nossa menina geniosa, inteligente, competente e querida da nossa Subgerência de Patrimônio.

Claro que sua avó, ficaria orgulhosa da profissional, mulher e mãe que você se tornou.

Receba o meu carinho, apreço e um beijo no coração...

Do sempre amigo...

Robert!


domingo, 8 de dezembro de 2024


Conceição, eu me lembro muito bem...

Em 1956, Cauby Peixoto, lançou uma música chamada Conceição e segundo os historiadores foi um grande sucesso e gostaria de tomar como título a primeira frase dessa canção para fazer algumas considerações sobre uma pessoa muito especial. Claro que não pedi autorização do autor, mas vou arriscar.

Conceição, eu me lembro muito bem que esse é o segundo nome de uma tia que também é conhecida como Babá e nasceu em 08 de dezembro, irmã de meu saudoso pai e que teve uma participação imensa na minha história de vida.

Conceição, eu me lembro muito bem quando ainda era criança você morava e cuidava de uma de nossas tias que ficara doente e se fosse nos dias de hoje, provavelmente seria diagnosticada com esquizofrenia, pois ela ouvia vozes que nos deixava assustados, mas você não desistiu e cuidou dela: tia Maria “Cinica.” O apelido dela era Cinica e não cínica.

Conceição, eu me lembro muito bem que você além de ser uma tia que todos admiravam gostava de aventuras, pois havia um abacateiro na nossa casa e quem se apresentou para retirar o fruto porque as crianças não alcançavam. Confesso que não sei o que houve, mas o abacate apareceu na mesa da cozinha, mas percebemos que alguns galhos foram quebrados com a queda da pessoa que subiu para retirar o fruto.

Conceição, eu me lembro muito bem que no final dos anos 60, havia um grande movimento da música no Brasil chamada Jovem Guarda. Erasmo Carlos possuía uma grife chamada tremendão e logo os jovens cantores da época queriam usar camisas dos tremendões. Recordo-me que estava em casa e eis que chega minha querida tia com uma linda camisa vermelha de gola dupla e quadriculada e me entrega. O problema era tirar a camisa, pois foi um sucesso me sentia um cantor de rock and roll.

Conceição, eu me lembro que assim que você se casou e o meu tio Francisco trabalhava na Marbrasa, eu tinha uma tarefa diária quando ele fazia o turno noturno que era levar a janta e entregar no ônibus que passava perto da marmoraria. Minha tarefa era descer, passar pelo projeto de Hospital Evangélico, atravessar a ponte de ferro, sentido centro e apreciar do lado esquerdo a sorveteria Skimone, do direito Cine Broadway e esperar no ponto de ônibus.

Conceição, eu me lembro muito bem as muitas vezes que amanheci na Santa Casa de Misericórdia de Cachoeiro de Itapemirim, onde você fez toda sua carreira de trabalho como enfermeira e após alguns exames que eram feitos lá o café servido com biscoito de maisena Maria, o redondinho e era o sonho de toda criança e não haviam as variedades que temos hoje.

Conceição, eu me lembro muito bem de uma tarde de segunda-feira, quando você chegou com minha mãe de táxi no Bairro Aribiri, na casa do saudoso Tio José Bispo e olhei desconfiado e perguntei: o que houve e soube que o meu pai havia sofrido um AVC e se encontrava internado em Vitória. Você foi fundamental para encararmos aqueles primeiros momentos com o papai e conseguimos leva-lo para Cachoeiro e ele esteve conosco por 25 anos. Não tenho como esquecer!

Conceição, eu me lembro muito bem de sua Boda de Prata, quando já tinha todo programa montado, mas você fez questão de que o sobrinho Pastor desse uma palavra e quero repetir o que já disse: foi uma grande honra pode dirigir uma palavra de pouco mais de três minutos da minha gratidão de fazer parte da história de vida de sua família.

Conceição, eu me lembro muito bem e nem tenho como esquecer as preciosas horas que você e minha mãe passam no telefone, conversando e lembrando histórias da família, igreja, os momentos bons e difíceis da vida e o tempo precioso que passam orando por todos os nossos entes queridos.

Conceição, eu me lembro muito bem das muitas histórias de nossas vidas, mas hoje não posso deixar de agradecer a Deus por sua preciosa vida. Sou grato a Deus pela família que Ele lhe deu: esposo, filho, filhas, netos e genro maravilhosos.

Conceição, eu me lembro de Maria da Conceição, Conceição e tia Babá do quanto admiro sua determinação mesmo em meio às grandes lutas da vida, você permanece firme no propósito de continuar confiando e colocando sua vida nas mãos daquele que pode providenciar o socorro no tempo oportuno.

Minha querida tia, receba o meu carinho como sobrinho e de toda a nossa família nesse dia especial de sua vida e se você está feliz, saiba que nós também e por isso mesmo quero lhe desejar um feliz aniversário e que os seus olhos continuem focados no Senhor, pois é dEle que sempre vem a cura e o consolo.

Beijos de seu sobrinho que tanto lhe ama!

É isso por hoje... é vida que segue!

 

 


 

domingo, 24 de novembro de 2024


 


Maria... Simplesmente Maria!!!

A história de uma mãe pelo olhar de um filho.

Nasci em 1937, num lugarejo chamado Engano, hoje se  chama Ibitiruí,  próximo  de  Matilde, distrito de Alfredo Chaves, que na época era a rota da Rede Ferroviária Federal, também conhecida como Leopoldina e que ligava Cachoeiro à Vitória.

Minha família era normal para os padrões da época, éramos em nove filhos. Minha mãe era uma mulher negra, forte e bem enérgica! Meu pai, era um homem forte, trabalhador, porém muito tranquilo. Ele era feitor (aquele que supervisionava os homens que colocavam os trilhos) na velha Estrada de Ferro da Leopoldina.

Quanto aos meus irmãos, a mais velha se chamava Nivalda que tinha uma calma e paciência muito parecida com a de Jó. Confesso que várias vezes tive inveja o temperamento dela. Logo em seguida, tínhamos o Osvaldo que era um homem de fala mansa e como se dizia no interior, deve ter tomado muito banho na água de Nivalda. Ambos de saudosas memórias.

Sou a terceira na descendência de Hermenegildo e Nair e desde cedo sempre fui uma falsa calma, pois gostava de aprontar com a minha irmã que nasceu logo a seguir, mas essas histórias ficam para uma outra oportunidade. Minha próxima irmã, se chama Luci, mulher de muita garra e juntas vivemos momentos memoráveis com histórias que sempre recordamos nas nossas conversas.

O próximo irmão se chama Vivaldo e foi o que mais cresceu da turma. Sempre muito vaidoso, mas quando criança, aprontava com muita força e naturalmente era o que mais apanhava. Laurinda é a sexta dessa turma, uma irmã que sempre foi muito desinibida e uma irmã que sempre me ajudou quando foi preciso.

O sétimo irmão era um menino talentoso e se chamava Reinaldo. Tocava violão e gostava muito de contar histórias para o Robertinho, seu sobrinho, que ele gostava de cuidar quando ele ainda dava os seus primeiros passos. Grifo meu: como eu gostava daquele tio. Era o meu herói e fiquei triste quando ele foi embora para o Rio, mas tive oportunidade de estar com ele e conversamos por longas horas, antes do seu falecimento.

Em seguida veio Tereza. Uma pessoa portadora de uma bondade a prova dos grandes vultos mais bondosos que conhecemos na atualidade. Mulher que enfrentou muitos desafios na vida, mas quando nos deixou ficamos com as mais profundas lembranças de acalentam dia a dia os nossos corações.

A nona irmã, se chamava Laerci. Como costumamos chamar, irmã do coração que como mais nova tinha o comportamento de irmãos mais novos e isso falo para quem os tem ou tiveram. Cresceu conosco, foi amada e aprontou, como todos nós, teve sua família e hoje ocupa um lugar de saudade nos nossos corações.

A função do tempo é passar e em alguns momentos achamos que vai rápido demais e em outros que é demorado, mas o fato é que fui vencendo todas as dificuldades apresentadas pela vida até que conheci o meu saudoso esposo Osmani Gomes e nos casamos em 27 de setembro de 1958 em Jaciguá, distrito de Cachoeiro naquela época. Dessa união tivemos seis filhos: três homens e três mulheres e uma delas é uma filha querida do coração. 

Minha vida sempre foi de muitas lutas. Houve um tempo em que estive muito doente, mas nunca desisti de lutar, pois precisava cuidas dos meus filhos, pois o meu marido viajava e ficava vários dias fora de casa em função do seu trabalho na Estrada de Ferro Leopoldina, mas a nossa família continuava harmoniosa.

Depois de algum tempo e devido aos meus problemas de saúde daquela época, muitas vezes meu filho mais velho precisava ir correndo ao SAMU – Serviço de Ambulância para trazer um médico ou mesmo pegar algum medicamento para me socorrer, pois os tempos eram difíceis.

No início dos anos 70, a situação ficou muito séria e naquele tempo, recordo-me que minhas crianças eram levadas à Igreja Batista do Aquidabã, pela família de Waldemira Ribeiro e logo, fomos visitados pela Pastor Adson Magalhães e não demorou muito, me converti, fui batizada e em seguida os meus filhos também e nos tornamos membros naquela Igreja. Preciso registrar que o tempo inteiro fui cuidada pela irmã Laura Manoela de saudosa memória que não deixava de nos visitar todos os dias.

Fui me envolvendo na Igreja e mesmo não tendo preparo que grande parte da juventude possui, Deus me dom de visitar e cuidar das pessoas, especialmente das crianças pois fui colocada como responsável pelo Rol de Bebês. Eu coordenava os cultos nas casas dos recém nascidos e ajudava nas apresentações da primeira visita na igreja.

Sou grata a Deus por tudo que Ele fez na minha família. Todos os meus filhos foram cresceram na Igreja e participaram ativamente de todas as atividades. Meu marido se converteu e foi batizado pelo meu filho pastor Roberto na nossa igreja de Aquidabã. Hoje, intercedo por cada um deles todos os dias.

Sou grata a Deus por Ele te me dado a oportunidade de desenvolver uma amizade com toda a minha vizinhança e pela misericórdia dele, sempre que posso e meu estado físico permite, eu os visito e procuro sempre levar uma palavra de conforto e ânimo nos momentos difíceis em que se encontram.

Sou grata a Deus pelas amigas e irmãs que ele me deu na igreja. Não posso citar o nome de todas para não se injusta, mas algumas delas já se encontram nos braços do Pai e sou grata por aquelas vidas e também pelo número de outras queridas que inclusive estiveram comemorando comigo meu aniversário no dia 22, sexta-feira.

Minha palavra de gratidão pelos netos que Deus me deu e pela oportunidade que tive de cuidar de grande parte deles quando ainda eram bebês. E meu coração se encanta quando percebo o carinho que cada um deles nutre pela minha pessoa.

Preciso agradecer a Deus por mais um ano de vida que me concedeu. Sei que esse ano foi muito difícil, pois perdi um neto querido, mas prossigo repetindo o gesto que me fez vencer nesses últimos 54 anos, que é a oração. Eu não sei o que seria a minha vida sem essa busca constate do socorro divino.

Nesse tempo minha gratidão aos amigos, amigas, irmãos, irmãs, filhos, netos, bisneta, vizinhos e vizinha... eu não sei o que seria de minha vida sem você pois com amor de Jesus, mudaram o meu coração.

É isso por hoje... é vida que segue!

A Deus toda honra e glória...


 

 

 

sábado, 16 de novembro de 2024


Rogério... que alegria nesse dia!

Hoje, comemoramos o aniversário de uma grande pessoa que nasceu em Cachoeiro, onde morou durante anos e depois migrou para Grande Vitória.

Somos uma grande família: três homens e três mulheres e desde cedo aprendemos a conviver pacificamente na intimidade de nossa casa.

Cada um de nós tem uma característica e um jeito de ser, graças a Deus, pois imagino que se todos fossem como eu, seria um desastre. rsrs

Mas esse camarada, desde cedo se destacou pela sua determinação e paciência. De personalidade tranquila, paciência a toda prova o menino foi crescendo e recordo-me das muitas vezes que tentava sair escondido para jogar bola e quando estava chegando no campinho do Bill, olhava para trás, lá estava o menino. Ele queria ver o craque até então da família, correr em campo.

O tempo passou e a história do futebol foi revertida, pois o garoto era infinitamente melhor que o seu irmão mais velho. Foi uma dessas crianças que teria chance de jogar profissionalmente, mas os tempos eram outros. O tempo seguiu o seu rumo e o menino se tornou pai, irmão, um filho exemplar, além de um vascaíno raiz, graças a Deus!

E assim, hoje, comemoramos o nascimento de Rogério, para os amigos na nossa infância, Dedelho. Um homem de temperamento manso e com um grande coração. Uma pessoa que possui muitas várias qualidades do nosso saudoso pai: trabalhador, tranquilo, coração grande e um filho sempre honrou os pais e nos últimos anos e até o dia de hoje, nossa querida mãe.

Hoje, dia de alegria e gratidão, pois além de aniversariar ele entra no célebre grupo de irmãos da Terceira Idade e muito gostoso saber que podemos reunir os sexagenários, sempre que possível ao redor de nossa mãe, octogenária.

Parabéns, Rogério. Como família somos gratos a Deus por sua vida e particularmente te agradeço por tudo que já fez por mim e o tanto que me ensinou a ser desapegado das "coisas materiais" e a dar importância aquilo de fato tem valor. Esse tipo de qualidade é muito raro nos nossos dias.

Um beijo no coração e que Deus te abençoe e continue derramando graças sobre sua vida.

Te amo, mano!!


segunda-feira, 4 de novembro de 2024


Newton Braga, cachoeirense ausente

Ganhei esse livro de Elisa Melo, minha amiga do Coral "Viva Você" da Secretaria de Estado da Educação. Essa edição foi feita em comemoração ao centenário de nascimento do cronista, compositor, redator, jogador de futebol, publicitário, visionário e um homem muito à frente do seu tempo. Newton, faleceu no dia 1º de junho de 1962, na cidade do Rio de Janeiro, mas foi sepultado na Capital Secreta do Mundo, Cachoeiro de Itapemirim.

Elisa, foi durante anos vizinha da família Braga e amiga de Rachel, filha do Newton. Certo dia ela mencionou o livro em comemoração do nascimento do cronista e disse que me daria uma edição de lembrança. Vibrei, pois se tem algo que gosto de ganhar de presente é um bom livro. Recebi, separei e assim que conclui a leitura de um outro livro, imediatamente, devorei as histórias do nosso mais ilustre poeta cachoeirense ausente.

Confesso que estou encantado, pois vários amigos de Newton foram entrevistados falando sobre o tempo em que conviveram com ele na antiga cidade com   riquezas de detalhes. São personalidades conhecidas e ao ler não somente aprendo, mas viajo e entendo melhor a importância que essas pessoas tiveram na formação de nossa cidade e preciso citar alguns, tais como: “Seu” Zezinho, Deusdethit Batista, Wilson Rezende, Gilson Carone, Salatiel, João Madureira e muitos outros.

Essa leitura é uma verdadeira viagem à antiga cidade e as transcrições dos lugares, clubes, festas, pessoas, rio Itapemirim e o carinho, cuidado e amor que o Newton Braga tinha por Cachoeiro é simplesmente arrebatador.

Não sei como você pode adquirir um exemplar deste, mas tenho certeza que ficarás tão empolgado como eu ao viajar pelas páginas deste livro e como sempre gostei de ler biografias e escrever crônicas, garanto-lhes que estou simplesmente fascinado com a poesia do Newton.

É importante dizer que dentre muitos outros fatos ele criou o dia da festa de Cachoeiro e idealizou a homenagem ao cachoeirense ausente. Homenagem que ele recebeu somente quando estava presente, somente nos corações e memória dos amigos.

É um livro que traz alguns textos que foram publicados em diversos jornais de Cachoeiro, Belo Horizonte e Rio de Janeiro e somos agraciados com muitas fotos do Newton em diversos momentos de sua vida, das casas onde morou, com irmãos, filhos e locais onde trabalho e pelos menos duas fotos raras do centro da cidade de Cachoeiro, precisamente da Praça Jerônimo Monteiro, nos anos 50.

Ao ler essas páginas sou levado a sentir saudades de um intelectual que não conheci, mas suas crônicas e poesias me fazem entender que não poderia existir homenagem maior aquele que na minha modestíssima opinião e com todos os méritos recebeu o título de: Newton Braga, "Cachoeirense Ausente", deveria ser acrescentado: o mais brilhante, logo após o seu nome.

Li e recomendo, pois, a leitura é leve, agradável e nos leva a um passeio pelas ruas, casas e escolas da antiga cidade de Cachoeiro.

É isso por hoje... é vida que segue!


sábado, 2 de novembro de 2024

O Dia dos Mortos...

Segundo alguns historiadores, essa tradição surgiu há milhares de anos com os astecas e acabou sendo incorporado ao calendário mexicano, após muitas tentativas dos espanhóis de acabar inicialmente com esse costume.

No México, se comemora com pessoas fantasiadas, com imagens de caveira e muita comida, pois em diversas locais o povo acredita que os mortos nesse dia venham visitar os vivos e por isso eles se alegram e fazem as suas oferendas.

Mas como vivemos o dia dos mortos no Brasil? É um dia em que os cemitérios ficam abarrotados de gente que carregam vários sentimentos e corações quebrantados e gostaria de descrever alguns deles.

É um dia de muita lembrança e muitas vezes são doídas pelo tanto de vida que os entes queridos viveram juntos e quando o morto partiu, ficou um vazio de difícil preenchimento.

Hoje, têm pais que choram pelos seus bebês que se foram cedo demais e que nem tiveram a oportunidade de os identificarem como pai e mãe e devido alguns percalços da vida essas crianças só existem nas lembranças de corações dilacerados.

Têm pessoas que choram pelos seus mortos, pois muitos foram muito jovens e sempre existe a lamentação com razão segundo a nossa finita visão de que a história daquela pessoa seria totalmente diferente e cheia de sucesso.

Nesses dias também choramos pelos nossos velhos que se foram e deixaram um vazio imenso na vida dos filhos, netos, bisnetos, sobrinhos e muitos amigos que terão que reaprender a viverem, pois a ausência será sempre sentida naquele lugar que vazio ficou.

Tive uma vizinha de saudosa memória que eu adorava gostava de conversar com ela, sempre que retornava à cidade de Cachoeiro. Ela tinha uma frase que sempre carrego comigo: Roberto, pela ordem natural das coisas os velhos morrem primeiro, mas não existe ordem natural nessas coisas. Lamentavelmente, os nossos jovens estão morrendo mais cedo.

Dois de novembro é um dia carregado de emoções, sentimentos, lembranças, arrependimentos, agradecimentos e muitas orações. Sim, muitos oram nesse dia em favor daqueles se foram, pois entendem que necessitam interceder pelas suas almas.

Muitos oram nesse dia em agradecimento. Agradecem o tempo e a oportunidade que tiveram de conviver com aqueles se foram e o quanto puderam se dedicar e darem o seu melhor em vida.

Muitos intercedem, pedindo perdão por tudo que deixaram de realizar na vida daqueles que se foram de maneiras diversas, mas compreendo que esse também é o tempo de aprender a se perdoar.

Essa data precisa ser um tempo de profunda reflexão da vida. Nossos entes queridos e amigos que se foram, tiveram suas oportunidades de deixarem suas marcas ainda que sejam somente nos nossos corações, como no caso dos recém-nascidos.

Já parou para pensar que hoje temos tempo de vivermos uma história diferente? Podemos ser gente que abençoa uns aos outros. Precisamos ser agentes promotores da paz, numa sociedade que só pensa em guerra. Necessitamos ser de maneira altruísta, entendendo que vivemos numa grande batalha pela nossa sobrevivência e não conseguimos fazer isso sozinhos.

Nesse dia dos mortos, chore relembrando seus queridos, mas depois levante-se e tente lutar para fazer com que esse mundo que vivemos seja um pouco melhor, mas que não precisa começar com o outro e sim comigo.

“A começar em mim quebra corações pra que sejamos todos um como tu és em nós. Onde há frieza que haja amor onde há ódio o perdão para que o teu corpo cresça assim rumo a perfeição.” Letra de um grupo chamado Vencedores por Cristo.

Que o seu dia será de muitas lembranças e saudades, tenho consciência plena, porém, desejo que hoje seja de recomeço, agradecimento e de início de um rejuntar de pedaços de muitos corações feridos a tal ponto de que um dia possamos ser agradecidos.

Receba o meu carinho e que Deus te abençoe, console e entre com o bálsamo para curar feridas que porventura ainda se encontrem abertas.

É assim por hoje...


 

sexta-feira, 1 de novembro de 2024

O PRAZER DE LER A PALAVRA...

Sou professor de uma classe da Escola Bíblica Dominical na cidade de Serra, precisamente na Primeira Igreja Batista em Jardim Carapina. Costumo dizer que a nossa sala é a mais linda da Igreja, pois além de possuir os mais belos alunos e alunas, pois muitos deles já viveram muitas experiências na vida, considerando que já passaram dos cinquenta anos.

Nossa sala é bem animada e confesso que a cada semana apaixono-me, mais e mais pelos nossos meninos e meninas, pois lhes asseguramos o direito de expressarem seus pensamentos através de dinâmicas que tornam nossas aulas mais leves e interessantes. Meu coração sempre transborda de alegria quando chego na nossa sala.

Somos três professores: Concernir, Leci e esse que vos escreve. No início do ano lançamos um desafio de lermos toda a Bíblia através de áudio/livro e começamos no dia 01 de janeiro e conseguimos concluir no dia 22 de setembro a leitura do Velho Testamento e iniciamos o Novo Testamento no dia 23 daquele mês como um desafio que foi lançado pelo ministério de nossa igreja. No dia 22 de outubro, concluímos a leitura de toda Bíblia e confesso que cumprimento desse grande desafio nos encheu de um santo orgulho, se é que existe orgulho santo.

Na semana 19/20 de outubro do corrente ano, participei do aniversário de 95 anos da Segunda Igreja Batista de Cachoeiro de Itapemirim, quando tive oportunidade de ouvir por quatro vezes o escritor, filósofo, servo de Deus e Pastor Israel Belo de Azevedo, que para aqueles não o conhecem é um grande estudioso da Bíblia e intérprete e está trabalhando numa tradução da Bíblia Prazer da Palavra, versão ao alcance de todos que tem como único objetivo tornar mais acessível e mais prazerosa a leitura das Escrituras Sagradas.

Três volumes já foram lançados, Sabedoria Eterna (Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cânticos dos Cânticos); A História de Jesus (Os Evangelhos) e A Maravilhosa Graça (Atos, Cartas Gerais, Paulinas e o Apocalipse). Claro que adquiri os meus exemplares, mas na verdade só consegui guardar o volume VI e já iniciei a minha leitura desde o dia 21 e confesso que estou me deleitando. 

Não via a hora de iniciar a leitura de uma versão totalmente feita com a linguagem coloquial e com um português sem gírias, mas que facilita a compreensão desde a criança até às pessoas mais velhas; dos letrados até todos aqueles que não possuem praticamente nenhum conhecimento, mas numa linguagem em que ele não terá dificuldade nenhuma para aprender, as verdades da Palavra de Deus.

Então quero te desafiar: vamos ler juntos a Palavra de Deus numa linguagem de fácil compreensão? Então entre no site: www.bibliaprazerdapalavra.com.br e escolha o seu volume. Já escolhi os Atos dos Apóstolos, Cartas Paulinas e Gerais e o livro Apocalipse. Estou em contagem regressiva para iniciar a leitura... não sei se conseguirei esperar até amanhã. Amanhã, por quê? De um fato, estou certo: sempre terei o maior prazer de ler a Palavra!

É isso por hoje... é vida que segue!

 

 

 


 

sexta-feira, 18 de outubro de 2024



Minha mãe numa locomotiva?

Era uma tarde típica das tardes de primavera, quando as temperaturas ficam amenas e a floração de diversas plantas começava a acontecer. No Brasil, a primavera é caracterizada como uma estação de transição entre inverno e verão. Na primavera, após o inverno, iniciam-se as chuvas que são mais frequentes com a chegada do verão.

O vento forte agitava as vegetações e ao mesmo tempo levantava os papéis que estavam na praça próxima a estação de trens, no município de Vargem Alta. A estação tinha um estilo antigo, construção feita com tijolinhos maciços que suportavam não somente as intempéries e os abalos causados pelas passagens dos vagões abarrotados de bolinhas de minérios.

A tarde já havia dado ar de sua graça e o impiedoso vento soprava com uma força descomunal e conversarmos animadamente numa padaria tomando um bom café até o momento que fomos convidados para ir à estação, pois o trem estava preste a chegar em pouco  mais de cinco vinte minutos uma vez que o sinal já havia sido dado pelo chefe da estação.

Caminhamos lentamente e a conversa era em torno do tempo que trazia saudades e lembranças de um passado bem distantes de histórias que eram contadas pela minha mãe, sobre a sua infância numa “parada” de Coronel Benjamim, nome que era dado aos locais por onde o trem passava e parada para que os passageiros daquele local pudessem descer ou subir.

Eram reminiscências de um tempo em que se levantava bem cedo para ascender o pegar a lenha que era armazenada num depósito sempre do lado de fora da casa. Fogo aceso, vasilha grande colocada na primeira trempe do fogão, banana da terra no segundo vasilhame, o bolo de fubá já estava pronto desde o dia anterior, era hora de acordar a meninada para tomar café e cada um cuidar da sua obrigação. Eram histórias singelas e tocantes.

Entre histórias e caminhada, finalmente chegamos no pequeno pátio da estação de trens. O povo se acotovelava. Alguns esperando o trem para viajar, outros esperando a chegada de parentes, vindo da capital, Vitória. Sempre era uma grande festa e muito sorrisos espalhados pelo ar e algumas lágrimas rolando nas faces daqueles que não queriam partir.

Para surpresa geral, os vagões de passageiros estavam quase todos lotados e não havia muito havia lugares disponíveis para que todos se acomodassem de maneira confortável. Então surgiu um grande problema: nem todos conseguiram prosseguir viagem. O que se poderia fazer?

Foi então que absurdamente meu pai, sugeriu que fossemos levados para o interior de uma locomotiva que rebocava os vagões e ali, estaríamos seguros para fazer a tão esperada viagem. Com a concordância do responsável pelo trem, subimos sem muitas dificuldades as escadas e adentramos o interior da máquina.

Os olhos dela ficaram fixado na quantidade de controles que os maquinistas utilizavam para fazer como um trem com diversos vagões de cargas e passageiros se locomovessem pelas estradas de ferro que ligavam Cachoeiro à Vitória.

Confesso que nunca se passara pela minha cabeça que minha mãe um dia entraria numa locomotiva, pois essa sempre fora o meu sonho, mas realizá-lo juntamente com ela e meu pai. Essa cena, nunca havia se passado nos meus melhores sonhos.

Na minha curiosidade de criança, fiquei encantado com tudo aquilo e minha primeira vontade era de mexer em todos os botões, ficar na janela, simulando que estava operando o trem, mas logo fui impedido pelo meu pai que deixou bem claro que meu desejo não seria possível.

Recoloquei-me no meu cantinho e fiquei meio triste com a observação de que não poderia ser o maquinista do dia daquela viagem, contentei-me em apenas curtir o momento viajando como um carona privilegiado.

Tudo pronto para viagem e quando o maquinista deu o apito tradicional para partida da estação de Vargem Alta, aconteceu algo incrível: acordei e descobri que era apenas um sonho. Foi um sonho bom que me levou a revisitar lugares e rever pessoas que se foram há tempos e no momento guardo boas lembranças no meu coração e nesse caso preciso citar o meu querido e saudoso pai.

Não acredito que um dia farei uma viagem na locomotiva com a minha mãe, mas tenho certeza de que ainda podemos viajar nas nossas lembranças, pensamentos e emoções junto aos nossos entes queridos que temos conosco todos os dias. Enquanto temos vida temos tempo, mas o tempo é inflexível e precisamos aproveitá-lo junto aos nossos entes queridos enquanto podemos dizer: eu te amo, você é importante, me perdoe e aceito o seu perdão, afinal necessitamos uns dos outros.

É isso por hoje... é vida que segue!!!

 


terça-feira, 15 de outubro de 2024

 

Estou quebrado e não nego!

Sei que você deve estar confuso com a minha coragem de iniciar minha semana fazendo essa confissão.

Confesso que estou quebrado, não nego e não estou constrangido de revelar a situação que estou vivendo nesse momento. Gostaria de contar com sua atenção para me ler nos detalhes e quem sabe ao final você tenha alguma sugestão.

Estou quebrado e não nego, me custa muito, por saber que nos dias atuais muitos brasileiros se encontram desesperançados por terem abusado de seus gastos sem se preocuparem com seus vencimentos. Estão quebrados financeiramente!

Estou quebrado e não nego, pois fico arrasado pelos desencontros familiares que tem sido muito comum em várias partes de nosso país e ainda hoje pela manhã ouvi que nesse final de semana em Brasília várias mulheres sofreram tentativas de feminicídios. Laços familiares estão constantemente sendo quebrados.

Estou quebrado e não nego, quando vejo tantas pessoas tentando viver uma vida que não é sua em função das convenções sociais, ideias antiquadas ou pós-modernas e com isso temos produzidos pessoas doentes e inseguras. Estamos nos esfacelando psicológica e emocionalmente.

Estou quebrado e não nego, pois vivemos momentos difíceis em que nossos jovens estão morrendo não somente de overdose, mas de doenças oriundas das mentes que trazem o desespero e uma dor tão intensa que muitos tentam amenizá-la, tirando a vida. Nossos jovens cometendo suicídio.

Estou quebrado e não nego, quando vejo que os nossos relacionamentos pessoais são firmados sobre jeitinhos, favores políticos, pessoais, e influências que se tornam uma montanha russa de trocas de gentilezas perniciosas e longe de serem humanamente corretas e distantes de qualquer profissionalismo. Nossas relações se tornaram distantes e superficiais.

Estou quebrado e não nego, quando percebo que nos ufanamos dentro dos templos religiosos, professando nossa fé ou mesmo quando narramos às pessoas como foi o nosso final de semana “servindo ao Senhor”, mas no momento que precisamos demonstrar o mínimo de solidariedade, falhamos escancaradamente dentro da igreja aos domingos e fora dela durante toda semana. Nossa religiosidade não corresponde as nossas ações.

Estou quebrado e não nego, quando percebo que após uma viagem de quatro dias na cidade de Salvador, Bahia com o Coral Viva Você, tivemos a oportunidade de cantar para diversos públicos e visitar muitos lugares históricos que por certo ficarão gravados nas nossas mentes e corações para sempre. Estou quebrado e não nego, mas feliz com a nossa viagem.

Estou quebrado e não nego, quando penso no envolvimento de cada corista que deixou filhos, sobrinhos, netos, pais, mães, amigos, maridos esposas e  para embarcarem numa grande aventura que foi representar o nosso querido estado do Espírito Santo e diga-se de passagem sem nenhuma pretensão de nos vangloriarmos, foram belíssimas apresentações no Teatro Jorge Amado, Igreja Senhor do Bonfim, Mercado Modelo e Biblioteca do Barris. Estou quebrado não nego, mas muito realizado com a performance do Coral Viva Você.

Estou quebrado e não nego, quando penso nos meus colegas coralistas que não puderam viajar conosco dessa vez e claro que fizeram falta, pois somos um grupo que brinca o tempo todo e se ajuda mutuamente, sempre que não contamos com todos os membros do coro o meu coração fica quebrado. Isso deixou o meu coração quebrado.

Estou quebrado de cansaço, mas super animado com a segunda-feira que se inicia com a consciência muito tranquila de que fizemos e demos o nosso melhor para representar o nosso estado e que venha outras oportunidades que terei o enorme prazer de dizer: estou quebrado e não nego.

É isso por hoje... é vida que segue!

 



Aos mestres e mestras com carinho...

Hoje, bem cedo, recebi uma mensagem do nosso irmão mais novo, nos parabenizando pelo dia dos professores e confesso que fiquei muito lisonjeado com a atitude dele e aproveito para agradecê-lo em nome das minhas irmãs Solange e Sueli, professoras como esse que vos escreve.

Dia 15 de outubro, terça-feira, comemoramos o Dia do Professor, esse profissional valorizado por uns governos, desvalorizado por outros, mas que continua desempenhando sua profissão com esmero e competência em tempos difíceis como esses que estamos vivendo.

Todos nós temos um professor que marcou nossas vidas. No meu caso, tive vários que marcaram várias fases de minha vida e gostaria de citar todos eles. No entanto, gosto de falar da primeira que carinhosamente era chamada de Dona Juraci. Uma negra bonita, muito charmosa e que tinha um imenso carinho por seus alunos e os tratava como filhos.

Confesso que minha vida de aluno nunca foi daquele tipo brilhante, mas nunca tive dificuldades para “passar” de ano. Na medida em que fui crescendo, passei a sentar no fundo da sala de aula, pois era um aluno tímido e tentava me esconder dos olhares dos professores. Em alguns momentos, aproveitava as oportunidades para conversar, nada demais para um aluno da sexta série.

Era um tempo bem diferente! Recordo-me muito bem que existiam alguns grupos na sala e alguns tipos de privilégios eram oferecidos, por certos professores, para alguns alunos que sentavam em determinados lugares e que moravam em certos bairros. Naquela época isso era normal.

Certa vez, a professora de ciências marcou uma avaliação e pediu que todos estudassem bastante e logo pensei: “vou tirar dez nessa prova!” Fui para casa e estudei, estudei e estudei...

No dia da prova, meu coração estava quase saindo pela boca! Assim que recebi aquela folha cheirando a álcool e com dez questões, comecei a respondê-la com confiança e descrevi com vontade todo o meu conhecimento. Terminei, fui à mesa da professora e entreguei minha obra de arte.

Na semana seguinte, a professora chegou à sala, iniciou a devolução das provas e como de costume, pelas notas menores. Minha expectativa era enorme, pois na minha cabeça eu havia acertado um bom número das questões. O tempo foi passando e nada de chamar o meu nome.

Depois de eternos dez minutos, finalmente, meu nome foi chamado por último e timidamente percorri aproximadamente uns oito metros sob os olhares dos colegas. Vivi uma das experiências mais complicadas da minha vida como aluno. A professora me olhou... olhou para a prova... repetiu os gestos e sentenciou: - Essa prova não é sua!!! – timidamente tentei dizer: “mas professora essa prova é minha!” Ela foi enfática: - vou levar para casa, rever essa nota e a devolverei na semana que vem!

Como não se podia questionar os mestres, voltei para o meu lugar com a pior das sensações que um menino de 12 anos poderia sentir, simplesmente, porque a professora achou que ele não poderia tirar 10 (dez). Fui covardemente humilhado diante dos meus colegas de turma.

Como prometera, na semana seguinte ela trouxe a prova. Parecia insatisfeita e com um certo rancor, disse-me: - Essa prova é sua, mas não sei como você tirou essa nota!

Em outras palavras... não esperava que você tirasse a melhor nota da turma. Como conseguiu superar os meus queridinhos?

Foi uma experiência bem traumática, mas que me trouxe muitos ensinamentos úteis para minha vida.

Primeiro decidi que, ao me tornar um professor, jamais repetiria o gesto da minha professora de Ciências.

Aprendi a valorizar todos os meus alunos, independente da classe social e da maneira como aprendem. Todos eles são importantes na realização do meu trabalho.

Compreendi que, quanto mais próximo estivesse dos alunos, melhor me comunicaria com eles. Isso se daria de maneira muito simples: reservando tempo para ouvi-los. Eu os conheceria e me tornaria conhecido. Assim sendo, nossa interação na sala de aula seria melhor.

Trabalhei no Colégio Batista Rio e nos momentos de recreio, ficava no pátio jogando bola ou participando de outras atividades com as crianças. Minha presença na sala dos professores acontecia quando era solicitada. Quando entrei no serviço público e fui trabalhar no curso de formação de professores, aproveitava todas as oportunidades, os momentos do recreio para comer e compartilhar experiências da vida com os futuros professores e professoras. Como foi importante e como laços foram criados que permanecem até os dias de hoje!

Minha experiência com aquela professora foi fundamental para o meu desenvolvimento pessoal. Sempre sonhei em ser um educador dinâmico e envolvido de corpo e alma com a minha profissão. Acredito que tenha conseguido!  A cada dia tenho visualizado mais desafios na minha carreira de professor e tenho descoberto talentos que estão em pleno desenvolvimento.

Não posso deixar de mencionar nossa sala de adultos da Escola Bíblica Dominical, da Primeira Igreja Batista em Jardim Carapina, Serra – ES, que nos tem dado a honra de ministrar aulas todos os domingos com uma vitalidade e animação que sempre nos impulsiona e enfrentarmos bem a semana seguinte. Concenir e Leci, nossa sala não seria a mesma sem essas duas professoras.

Parabenizo a todos os professores pelo Dia dos Mestres e peço a Deus que os guarde nos trabalhos e desafios diários.

Concluo com uma confissão: todas as minhas experiências no magistério foram inspiradas naquele que foi o meu exemplo maior de professor e que na minha opinião deve ser o alvo de todas os professores: Jesus, Mestre por Excelência. Ele foi e tem sido minha inspiração de vida no magistério e ministerial. A Ele toda honra e glória!

É isso por hoje... é vida que segue!!!