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sábado, 2 de novembro de 2024

O Dia dos Mortos...

Segundo alguns historiadores, essa tradição surgiu há milhares de anos com os astecas e acabou sendo incorporado ao calendário mexicano, após muitas tentativas dos espanhóis de acabar inicialmente com esse costume.

No México, se comemora com pessoas fantasiadas, com imagens de caveira e muita comida, pois em diversas locais o povo acredita que os mortos nesse dia venham visitar os vivos e por isso eles se alegram e fazem as suas oferendas.

Mas como vivemos o dia dos mortos no Brasil? É um dia em que os cemitérios ficam abarrotados de gente que carregam vários sentimentos e corações quebrantados e gostaria de descrever alguns deles.

É um dia de muita lembrança e muitas vezes são doídas pelo tanto de vida que os entes queridos viveram juntos e quando o morto partiu, ficou um vazio de difícil preenchimento.

Hoje, têm pais que choram pelos seus bebês que se foram cedo demais e que nem tiveram a oportunidade de os identificarem como pai e mãe e devido alguns percalços da vida essas crianças só existem nas lembranças de corações dilacerados.

Têm pessoas que choram pelos seus mortos, pois muitos foram muito jovens e sempre existe a lamentação com razão segundo a nossa finita visão de que a história daquela pessoa seria totalmente diferente e cheia de sucesso.

Nesses dias também choramos pelos nossos velhos que se foram e deixaram um vazio imenso na vida dos filhos, netos, bisnetos, sobrinhos e muitos amigos que terão que reaprender a viverem, pois a ausência será sempre sentida naquele lugar que vazio ficou.

Tive uma vizinha de saudosa memória que eu adorava gostava de conversar com ela, sempre que retornava à cidade de Cachoeiro. Ela tinha uma frase que sempre carrego comigo: Roberto, pela ordem natural das coisas os velhos morrem primeiro, mas não existe ordem natural nessas coisas. Lamentavelmente, os nossos jovens estão morrendo mais cedo.

Dois de novembro é um dia carregado de emoções, sentimentos, lembranças, arrependimentos, agradecimentos e muitas orações. Sim, muitos oram nesse dia em favor daqueles se foram, pois entendem que necessitam interceder pelas suas almas.

Muitos oram nesse dia em agradecimento. Agradecem o tempo e a oportunidade que tiveram de conviver com aqueles se foram e o quanto puderam se dedicar e darem o seu melhor em vida.

Muitos intercedem, pedindo perdão por tudo que deixaram de realizar na vida daqueles que se foram de maneiras diversas, mas compreendo que esse também é o tempo de aprender a se perdoar.

Essa data precisa ser um tempo de profunda reflexão da vida. Nossos entes queridos e amigos que se foram, tiveram suas oportunidades de deixarem suas marcas ainda que sejam somente nos nossos corações, como no caso dos recém-nascidos.

Já parou para pensar que hoje temos tempo de vivermos uma história diferente? Podemos ser gente que abençoa uns aos outros. Precisamos ser agentes promotores da paz, numa sociedade que só pensa em guerra. Necessitamos ser de maneira altruísta, entendendo que vivemos numa grande batalha pela nossa sobrevivência e não conseguimos fazer isso sozinhos.

Nesse dia dos mortos, chore relembrando seus queridos, mas depois levante-se e tente lutar para fazer com que esse mundo que vivemos seja um pouco melhor, mas que não precisa começar com o outro e sim comigo.

“A começar em mim quebra corações pra que sejamos todos um como tu és em nós. Onde há frieza que haja amor onde há ódio o perdão para que o teu corpo cresça assim rumo a perfeição.” Letra de um grupo chamado Vencedores por Cristo.

Que o seu dia será de muitas lembranças e saudades, tenho consciência plena, porém, desejo que hoje seja de recomeço, agradecimento e de início de um rejuntar de pedaços de muitos corações feridos a tal ponto de que um dia possamos ser agradecidos.

Receba o meu carinho e que Deus te abençoe, console e entre com o bálsamo para curar feridas que porventura ainda se encontrem abertas.

É assim por hoje...


 

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