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sexta-feira, 19 de abril de 2024


E o menino virou gente grande...

Era uma quarta-feira no ano 2000, uma manhã bem quente na cidade de Cachoeiro de Itapemirim e havia uma ligeira agitação no seio da família, pois minha irmã mais velha havia saído de casa no meio da noite quando as contrações começaram a ficarem mais fortes e diminuírem os espaços entre uma e outra.

No quarto deitado sorrindo como sempre fazia quando estava nervoso com a possibilidade de bons acontecimentos, estava o meu velho pai “seu Osmani”, na expectativa de se tornar avô mais uma vez e era um misto de colocar as mãos na boca e alisar os seus vastos cabelos, totalmente brancos, mas sem nenhum sinal de calvície. Homem de sorte, diriam alguns.

Em outro espaço da casa estava “Dona” Maria, agitada como de costume, fazendo três ou quatro coisas ao mesmo tempo em que cuidava do café da manhã, vigiava o neto Gabriel, atendia as ligações dos familiares tentando passar informações sobre o trabalho de parto da filha mais velha e ainda dava atenção ao filho mais velho, recém chegado de São José dos Campos. Uma verdadeira luta Hercúlea.

Muitas pessoas podem pensar que a casa estava em polvorosa e desorganizada, mas não era bem assim. Tudo estava ajustado e nos seus devidos lugares e naquele dia só as nossas emoções estavam ligeiramente fora do nosso controle, pois vivíamos a expectativa do nascimento de uma criança do sexo masculino que se chamaria Eduardo, nome escolhido pelo seu irmão que ansiava por um irmãozinho.

Finalmente a grande notícia: nasceu! Foi uma grande alegria e muita comemoração pelo nascimento do pequeno Dudu e logo a notícia se espalhou pelos quatro cantos da capital secreta do mundo e como o telefone fixo estava nos maioria das casas, dificilmente ele parava no “gancho”, os mais experientes entenderão essa fala.

Bem era necessário levar algumas roupinhas de bebê e no alto dos meus quarenta anos, acostumado a fazer o trajeto de minha casa até a rodoviária, correndo com uma mala nas costas, claro que eu seria a pessoa mais indicada para cumprir com a essa fácil tarefa e lá fui lá fui em com os “pés nas costas”.

No hospital quando entrei no quarto e segurei nos meus braços, tive a sensação de agradecer a Deus como Simeão e pedir que aquele menino pudesse trazer alegria à família, sociedade e pessoas com quem ele se relacionasse. E Deus foi infinitamente misericordioso.

A criança, como o mestre Milton Nascimento disse na sua música morro velho, crescia sempre pequenina, correndo pela casa e sempre disposta a tomar atitudes das mais inesperadas que normalmente as crianças tomariam. Fazia a alegria da casa, primeiro aprendendo todas as canções que ouvia no rádio e me lembro bem que ele repetia sem nenhum problema por não saber o significado e a egüinha pocotó, fez um certo sucesso na boca de um menino que subia e descia as escadas que ligavam a sua casa e a dos seus avós.

Ser o irmão e primo mais novo, acaba trazendo algumas desvantagens que normalmente os mais velhos adoram e muitas vezes tive que socorrer os meninos em função de apelidos que ele recebia, chacotas e o famoso “pedala Robinho” que nesse caso consistia apenas num tapa cabeça e confesso que era uma coisa bem chata e normalmente ele não gostava e muitas vinha reclamar com o tio Roberto.

Sou grato a Deus pela vida de Eduardo ou como é chamado simplesmente, Dudu. Isso porque desde cedo, sempre participava das festas dos seus colegas, sito porque era animado e tinha facilidade de fazer amizade com seus coleguinhas de escola. Com o passar do tempo o menino foi crescendo e demonstrando liderança junto às suas turmas tanto no ensino fundamental como no médio.

Sua vida continua sempre em buscas de novos desafios e como era de se esperar daquele menino que cresceu e se transformou num belo jovem, trabalhador e consciente de suas responsabilidades perante sua família e sociedade. Nasceu num dia em que existem muitas comemorações, mas garanto que a mais belas de todas elas é a lembrança e gratidão pelo nascimento de Eduardo Gomes Mariano.

Que o bom Deus continue abençoando sua preciosa vida e lembre-se sempre de que você é amado há muito tempo, bem antes do seu nascimento.

Bjs no coração... feliz aniversário...

É vida que segue!