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terça-feira, 15 de outubro de 2024


Aos mestres e mestras com carinho...

Hoje, bem cedo, recebi uma mensagem do nosso irmão mais novo, nos parabenizando pelo dia dos professores e confesso que fiquei muito lisonjeado com a atitude dele e aproveito para agradecê-lo em nome das minhas irmãs Solange e Sueli, professoras como esse que vos escreve.

Dia 15 de outubro, terça-feira, comemoramos o Dia do Professor, esse profissional valorizado por uns governos, desvalorizado por outros, mas que continua desempenhando sua profissão com esmero e competência em tempos difíceis como esses que estamos vivendo.

Todos nós temos um professor que marcou nossas vidas. No meu caso, tive vários que marcaram várias fases de minha vida e gostaria de citar todos eles. No entanto, gosto de falar da primeira que carinhosamente era chamada de Dona Juraci. Uma negra bonita, muito charmosa e que tinha um imenso carinho por seus alunos e os tratava como filhos.

Confesso que minha vida de aluno nunca foi daquele tipo brilhante, mas nunca tive dificuldades para “passar” de ano. Na medida em que fui crescendo, passei a sentar no fundo da sala de aula, pois era um aluno tímido e tentava me esconder dos olhares dos professores. Em alguns momentos, aproveitava as oportunidades para conversar, nada demais para um aluno da sexta série.

Era um tempo bem diferente! Recordo-me muito bem que existiam alguns grupos na sala e alguns tipos de privilégios eram oferecidos, por certos professores, para alguns alunos que sentavam em determinados lugares e que moravam em certos bairros. Naquela época isso era normal.

Certa vez, a professora de ciências marcou uma avaliação e pediu que todos estudassem bastante e logo pensei: “vou tirar dez nessa prova!” Fui para casa e estudei, estudei e estudei...

No dia da prova, meu coração estava quase saindo pela boca! Assim que recebi aquela folha cheirando a álcool e com dez questões, comecei a respondê-la com confiança e descrevi com vontade todo o meu conhecimento. Terminei, fui à mesa da professora e entreguei minha obra de arte.

Na semana seguinte, a professora chegou à sala, iniciou a devolução das provas e como de costume, pelas notas menores. Minha expectativa era enorme, pois na minha cabeça eu havia acertado um bom número das questões. O tempo foi passando e nada de chamar o meu nome.

Depois de eternos dez minutos, finalmente, meu nome foi chamado por último e timidamente percorri aproximadamente uns oito metros sob os olhares dos colegas. Vivi uma das experiências mais complicadas da minha vida como aluno. A professora me olhou... olhou para a prova... repetiu os gestos e sentenciou: - Essa prova não é sua!!! – timidamente tentei dizer: “mas professora essa prova é minha!” Ela foi enfática: - vou levar para casa, rever essa nota e a devolverei na semana que vem!

Como não se podia questionar os mestres, voltei para o meu lugar com a pior das sensações que um menino de 12 anos poderia sentir, simplesmente, porque a professora achou que ele não poderia tirar 10 (dez). Fui covardemente humilhado diante dos meus colegas de turma.

Como prometera, na semana seguinte ela trouxe a prova. Parecia insatisfeita e com um certo rancor, disse-me: - Essa prova é sua, mas não sei como você tirou essa nota!

Em outras palavras... não esperava que você tirasse a melhor nota da turma. Como conseguiu superar os meus queridinhos?

Foi uma experiência bem traumática, mas que me trouxe muitos ensinamentos úteis para minha vida.

Primeiro decidi que, ao me tornar um professor, jamais repetiria o gesto da minha professora de Ciências.

Aprendi a valorizar todos os meus alunos, independente da classe social e da maneira como aprendem. Todos eles são importantes na realização do meu trabalho.

Compreendi que, quanto mais próximo estivesse dos alunos, melhor me comunicaria com eles. Isso se daria de maneira muito simples: reservando tempo para ouvi-los. Eu os conheceria e me tornaria conhecido. Assim sendo, nossa interação na sala de aula seria melhor.

Trabalhei no Colégio Batista Rio e nos momentos de recreio, ficava no pátio jogando bola ou participando de outras atividades com as crianças. Minha presença na sala dos professores acontecia quando era solicitada. Quando entrei no serviço público e fui trabalhar no curso de formação de professores, aproveitava todas as oportunidades, os momentos do recreio para comer e compartilhar experiências da vida com os futuros professores e professoras. Como foi importante e como laços foram criados que permanecem até os dias de hoje!

Minha experiência com aquela professora foi fundamental para o meu desenvolvimento pessoal. Sempre sonhei em ser um educador dinâmico e envolvido de corpo e alma com a minha profissão. Acredito que tenha conseguido!  A cada dia tenho visualizado mais desafios na minha carreira de professor e tenho descoberto talentos que estão em pleno desenvolvimento.

Não posso deixar de mencionar nossa sala de adultos da Escola Bíblica Dominical, da Primeira Igreja Batista em Jardim Carapina, Serra – ES, que nos tem dado a honra de ministrar aulas todos os domingos com uma vitalidade e animação que sempre nos impulsiona e enfrentarmos bem a semana seguinte. Concenir e Leci, nossa sala não seria a mesma sem essas duas professoras.

Parabenizo a todos os professores pelo Dia dos Mestres e peço a Deus que os guarde nos trabalhos e desafios diários.

Concluo com uma confissão: todas as minhas experiências no magistério foram inspiradas naquele que foi o meu exemplo maior de professor e que na minha opinião deve ser o alvo de todas os professores: Jesus, Mestre por Excelência. Ele foi e tem sido minha inspiração de vida no magistério e ministerial. A Ele toda honra e glória!

É isso por hoje... é vida que segue!!!

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