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domingo, 31 de outubro de 2021

Crônica do final de semana


 Culto na porta dos fundos de um manicômio

Nos anos oitenta, era comum a realização de intercâmbios entre as igrejas. Um grupo viajava e passava o final de semana em outra cidade ou na mesma, geralmente, hospedado nas casas dos irmãos.

Em uma tarde ensolarada no Estado do Rio de Janeiro, nossa igreja recém-chegada à cidade, trabalhava com a liderança anfitriã a revisão da programação que seria realizada no sábado e domingo.

Nessa ocasião, parte do grupo saiu para conhecer a cidade. Eles ficaram encantados com uma determinada praça por ser bem movimentada. Pensaram ter achado o local ideal para realização de um “culto ao ar-livre”. A proposta foi questionada pelos irmãos que conheciam o local. Alegaram que o movimento da praça era em função de um hospital, mas não quiseram contrariar os visitantes e nem entraram em detalhes. Planejamento feito, chegou a hora de colocá-lo em prática.

A programação do sábado foi ótima! Todos ainda embevecidos, lembravam-se saudosos do encontro. O retorno à cidade natal seria na noite de domingo.

O ponto alto nos intercâmbios eram as programações evangelísticas porque incentivavam as igrejas anfitriãs e davam à igreja visitante um novo gás no evangelismo de rua, principalmente. Era uma maravilha!

Um “culto ao ar livre” foi marcado para o final da tarde de domingo. O local escolhido era bem movimentado e a todo momento os transeuntes se aproximavam do grupo. Os irmãos participavam, efusivamente, dando glórias e aleluias a Deus. Abro parênteses para dizer que, se tem algo que anima os pregadores, dirigentes e ministros de louvor é a interação dos fiéis. Existia um clima de êxtase no ar!

Ao final do culto, o pregador aproveitou a oportunidade e fez um apelo, desafiando as pessoas a aceitarem a Jesus. Para alegria geral, algumas pessoas levantaram as mãos e imediatamente receberam apoio dos conselheiros e tinham seus nomes anotados.

Entretanto, um fato inusitado aconteceu que surpreendeu a todos! Um grande portão foi aberto... do seu interior saíram três enfermeiros. Eles chamaram o grupo de “decididos” para entrarem no interior daquela fortaleza, pois o tempo deles havia acabado. Como assim?

Somente nesse m-o-m-e-n-t-o, os irmãos se deram conta que alguns dos decididos no culto eram internos do manicômio e estavam sendo recolhidos pelos cuidadores, deixando no ar um misto de surpresa e estupefação. Que situação!!!

Fica a lição: tal fato não teria acontecido se tivéssemos ouvido a liderança da igreja local, pois eles conhecem melhor o lugar onde moram.

É isso por hoje... é vida que segue!

 

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