O desafio de ser professor...
Dia 15 de outubro, sexta-feira, comemoramos o Dia do Professor, esse profissional valorizado por uns governos, desvalorizado por outros, mas que continua desempenhando sua profissão com esmero e competência em tempos difíceis como esses que estamos vivendo.
Todos nós temos um professor que marcou
nossas vidas. No meu caso, tive vários que marcaram várias fases de minha vida
e gostaria de citar todos eles. No entanto, gosto de falar da primeira que
carinhosamente era chamada de Dona Juraci. Uma negra bonita, muito charmosa e
que tinha um imenso carinho por seus alunos e os tratava como filhos.
Confesso que minha vida de aluno nunca
foi daquele tipo brilhante, mas nunca tive dificuldades para “passar” de ano.
Na medida em que fui crescendo, passei a sentar no fundo da sala de aula,
pois era um aluno tímido e tentava me esconder dos olhares dos professores. Em
alguns momentos, aproveitava as oportunidades para conversar, nada demais para
um aluno da sexta série.
Era um tempo bem diferente! Recordo-me
muito bem que existiam alguns grupos na sala e alguns tipos de privilégios eram
oferecidos, por certos professores, para alguns alunos que sentavam em
determinados lugares e que moravam em certos bairros. Naquela época isso
era normal.
Certa vez, a professora de ciências marcou uma avaliação e pediu que todos estudassem bastante e logo pensei: “vou tirar dez nessa prova!” Fui para casa e estudei, estudei e estudei...
No dia da prova, meu coração estava
quase saindo pela boca! Assim que recebi aquela folha cheirando a álcool e com
dez questões, comecei a respondê-la com confiança e descrevi com vontade todo o
meu conhecimento. Terminei, fui à mesa da professora e entreguei minha obra de
arte.
Na semana seguinte, a professora chegou
à sala, iniciou a devolução das provas e como de costume, pelas notas menores.
Minha expectativa era enorme, pois na minha cabeça eu havia acertado um bom
número das questões. O tempo foi passando e nada de chamar o meu nome.
Depois de eternos dez minutos, finalmente, meu nome foi chamado por último e timidamente percorri aproximadamente uns oito metros sob os olhares dos colegas. Vivi uma das experiências mais complicadas da minha vida como aluno. A professora me olhou... olhou para a prova... repetiu os gestos e sentenciou: - Essa prova não é sua!!! – timidamente tentei dizer: “mas professora essa prova é minha!” Ela foi enfática: - vou levar para casa, rever essa nota e a devolverei na semana que vem!
Como não se podia questionar os mestres,
voltei para o meu lugar com a pior das sensações que um menino de 12 anos
poderia sentir, simplesmente, porque a professora achou que ele não poderia
tirar 10 (dez). Fui covardemente humilhado diante dos meus colegas de turma.
Como prometera, na semana seguinte ela
trouxe a prova. Parecia insatisfeita e com um certo rancor, disse-me: -
Essa prova é sua, mas não sei como você tirou essa nota!
Em outras palavras... não esperava que
você tirasse a melhor nota da turma. Como conseguiu superar os meus
queridinhos?
Foi uma experiência bem traumática, mas
que me trouxe muitos ensinamentos úteis para minha vida.
Primeiro decidi que, ao me tornar um
professor, jamais repetiria o gesto da minha professora de Ciências.
Aprendi a valorizar todos os meus alunos,
independente da classe social e da maneira como aprendem. Todos eles são
importantes na realização do meu trabalho.
Compreendi que, quanto mais próximo
estivesse dos alunos, melhor me comunicaria com eles. Isso se daria de maneira
muito simples: reservando tempo para ouvi-los. Eu os conheceria e me tornaria
conhecido. Assim sendo, nossa interação na sala de aula seria melhor.
Trabalhei no Colégio Batista Rio e nos
momentos de recreio, ficava no pátio jogando bola ou participando de outras
atividades com as crianças. Minha presença na sala dos professores acontecia
quando era solicitada. Quando entrei no serviço público e fui trabalhar no
curso de formação de professores, aproveitava todas as oportunidades, os
momentos do recreio para comer e compartilhar experiências da vida com os
futuros professores e professoras. Como foi importante e como laços foram
criados que permanecem até os dias de hoje!
Minha experiência com aquela professora
foi fundamental para o meu desenvolvimento pessoal. Sempre sonhei em ser um
educador dinâmico e envolvido de corpo e alma com a minha profissão. Acredito
que tenha conseguido! A cada dia tenho visualizado mais desafios na minha
carreira de professor e tenho descoberto talentos que estão em pleno
desenvolvimento.
Mais uma vez, quero parabenizar a todos
os professores pelo Dia dos Mestres e pedir a Deus que os guarde
nos trabalhos e desafios diários.
Quero concluir com uma confissão: todas
as minhas experiências no magistério foram inspiradas naquele que foi o meu
exemplo maior de professor e que na minha opinião deve ser o alvo de todas os
professores: Jesus, Mestre por Excelência. Ele foi e tem sido
minha inspiração de vida no magistério e ministerial. A Ele toda honra e
glória!
É isso por hoje... é vida que segue!!!
Parabén, professor Robertinho, por esta linda Crônica. Fiquei emocionado. E parabéns pelo dia do professor.
ResponderExcluirParabéns professor pelo seu dia
ResponderExcluirExcelente
Muita emoção.
Parabéns Roberto, linda crônica.
ResponderExcluirParabéns amado Roberto!! q luta q vc passou pra chegar onde está.. vc é um exemplo de vida de vencer na vida com humildade.. Te admiro muito viu. Linda história crônica q vc escreve da sua vida. Deus sabe de todas as coisas..Abraços guerreiro
ResponderExcluirLinda história, linda crônica. Parabéns, Roberto!!!
ResponderExcluirParabéns Roberto
ResponderExcluirLinda homenagem
Impactante o seu relato, assim como você, o felizmente ainda nos dias de hoje temos ouvido tantas outras vítimas de discriminação. Que bom que soube lidar com a situação, não repetiu o mesmo e soube reverter o ocorrido positivamente. Amei o final da crônica.
ResponderExcluirParabéns!
ResponderExcluirVocê é um grande exemplo para todos nós.
ResponderExcluirParabéns
ResponderExcluirParabéns professor quem dera eu tivesse vc como meu professor, pois eu tb sofri um pouco desta diferença no primário. Mas no ginásio tive otimos professores como Dna Célia de francês, dona Ester matemática e sr. Waldir de português
ResponderExcluirParabéns, qdo estudei tive professores q realmente tinham vocação como professores belíssimo exemplo como professor,Deus abençoes
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