O pai, a criança e a ameixa!
Normalmente quem tem filhos
tem alguma história para contar. Isso deve-se ao fato de que as crianças são
totalmente imprevisíveis e costumam arranjar caminhos ou situações que pegam os
adultos totalmente desprevenidos. Nesse momento é um “Deus nos acuda”!
Quando os pais levam seus
filhos ao parquinho, é muito comum vê-los correndo atrás das crianças para
tentar, quando conseguem, livrá-las de perigos que parecem surgir do nada, mas
são verdadeiras ameaças às vidas dos pequeninos.
O caso de hoje aconteceu com
uma família que conheci dos lanches que faço no início de todas as manhãs na
Lanchonete Caldo de Cana, minha preferida. Tem um pãozinho de queijo crocante e
suculento que, para quem gosta, é impossível não apreciar.
O pai, conheci quando ele foi
levar a família ao trabalho, e a conversa rolou com desenvoltura, pois além do
café, nossa atenção estava voltada à criança, que darei o nome fictício de
Gabriel.
Todas as vezes que a mãe, Antonieta
(nome fictício), chega com Gabriel na lanchonete, ele passa driblando as mesas
e clientes e entra como um foguete e vai ao lado do caixa pedir ao Domingos,
proprietário da loja, seu presente de todos os dias: agora um pirulito, mas no
início era uma bala.
Dona Antonieta contou, numa
dessas manhãs, que no final de semana o pai do Gabriel chegou em casa com uma
linda ameixa, fruta rica em fibras, a aparência era de encher os olhos de um
adulto e aguçar o desejo e fazer uma criança encher a boquinha de água.
Ao contemplar aquela fruta,
Gabriel fez cumpriu o ritual que normalmente as crianças sabem fazer de melhor
quando desejam alguma coisa: primeiro elas pedem e quando seu pedido é negado,
elas insistem e algumas ficam bem zangadas quando não são atendidas. Gabriel
passou por todas essas fases nesse caso, porém, não foi atendido pelo pai de
imediato.
A criança começou a chorar
quando o pai negou dar um pedaço da fruta e foi em direção à mãe que intercedeu
junto ao pai: dê um pedacinho para o menino. Depois de muito pensar, o genitor
resolveu ceder para o Gabriel uma pequena mordida no fruto. Tudo preparado para
o acontecimento do dia, a criança parou de chorar imediatamente.
O pai lavou a fruta e
recomendou ao filho: você vai dar uma pequena mordida na ameixa, certo? Certo papai,
respondeu o menino! Tudo pronto e o pai ofereceu a bela ameixa ao menino e ele
rapidamente, segundo a mãe, abriu a boca de maneira tão elástica que abocanhou
quase a metade da fruta e por pouco não pegou o caroço.
O pai retirou o caroço,
mostrando o que restou da ameixa para o menino que, sem cerimônia alguma, comeu
o que restava da fruta, deixando aquele pai muito chateado. Por alguns momentos,
parecia que o pai havia trocado de lugar com o filho. Pelo que ouvi da história,
as lágrimas não rolaram, mas o aborrecimento foi visível por horas.
Não me contive quando ouvi
essa história e resolvi contá-la por alguns motivos: todo pai ou mãe, precisa
compreender que se vão à feira comprar frutas, precisam sempre pensar nas
crianças; segundo, entendo que como pais precisamos ensinar os nossos filhos a
importância de compartilhar o nosso alimento sempre que possível; finalmente, as
crianças aprendem pelos exemplos e muito pouco através das nossas falas. Quer
educar seus filhos, seja exemplo!
Entre o pai, o menino e a
ameixa, visivelmente pelo erro de um pai, aprendemos o quão difícil é entender
certos comportamentos de certos pais, mas não posso concluir essa história sem
declarar que gargalhei muito com a atitude da criança diante do egoísmo inicial
de um pai.
É isso por hoje... é vida que
segue!
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