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terça-feira, 1 de abril de 2025


O pai, a criança e a ameixa!

Normalmente quem tem filhos tem alguma história para contar. Isso deve-se ao fato de que as crianças são totalmente imprevisíveis e costumam arranjar caminhos ou situações que pegam os adultos totalmente desprevenidos. Nesse momento é um “Deus nos acuda”!

Quando os pais levam seus filhos ao parquinho, é muito comum vê-los correndo atrás das crianças para tentar, quando conseguem, livrá-las de perigos que parecem surgir do nada, mas são verdadeiras ameaças às vidas dos pequeninos.

O caso de hoje aconteceu com uma família que conheci dos lanches que faço no início de todas as manhãs na Lanchonete Caldo de Cana, minha preferida. Tem um pãozinho de queijo crocante e suculento que, para quem gosta, é impossível não apreciar.

O pai, conheci quando ele foi levar a família ao trabalho, e a conversa rolou com desenvoltura, pois além do café, nossa atenção estava voltada à criança, que darei o nome fictício de Gabriel.

Todas as vezes que a mãe, Antonieta (nome fictício), chega com Gabriel na lanchonete, ele passa driblando as mesas e clientes e entra como um foguete e vai ao lado do caixa pedir ao Domingos, proprietário da loja, seu presente de todos os dias: agora um pirulito, mas no início era uma bala.

Dona Antonieta contou, numa dessas manhãs, que no final de semana o pai do Gabriel chegou em casa com uma linda ameixa, fruta rica em fibras, a aparência era de encher os olhos de um adulto e aguçar o desejo e fazer uma criança encher a boquinha de água.

Ao contemplar aquela fruta, Gabriel fez cumpriu o ritual que normalmente as crianças sabem fazer de melhor quando desejam alguma coisa: primeiro elas pedem e quando seu pedido é negado, elas insistem e algumas ficam bem zangadas quando não são atendidas. Gabriel passou por todas essas fases nesse caso, porém, não foi atendido pelo pai de imediato.

A criança começou a chorar quando o pai negou dar um pedaço da fruta e foi em direção à mãe que intercedeu junto ao pai: dê um pedacinho para o menino. Depois de muito pensar, o genitor resolveu ceder para o Gabriel uma pequena mordida no fruto. Tudo preparado para o acontecimento do dia, a criança parou de chorar imediatamente.

O pai lavou a fruta e recomendou ao filho: você vai dar uma pequena mordida na ameixa, certo? Certo papai, respondeu o menino! Tudo pronto e o pai ofereceu a bela ameixa ao menino e ele rapidamente, segundo a mãe, abriu a boca de maneira tão elástica que abocanhou quase a metade da fruta e por pouco não pegou o caroço.

O pai retirou o caroço, mostrando o que restou da ameixa para o menino que, sem cerimônia alguma, comeu o que restava da fruta, deixando aquele pai muito chateado. Por alguns momentos, parecia que o pai havia trocado de lugar com o filho. Pelo que ouvi da história, as lágrimas não rolaram, mas o aborrecimento foi visível por horas.

Não me contive quando ouvi essa história e resolvi contá-la por alguns motivos: todo pai ou mãe, precisa compreender que se vão à feira comprar frutas, precisam sempre pensar nas crianças; segundo, entendo que como pais precisamos ensinar os nossos filhos a importância de compartilhar o nosso alimento sempre que possível; finalmente, as crianças aprendem pelos exemplos e muito pouco através das nossas falas. Quer educar seus filhos, seja exemplo!

Entre o pai, o menino e a ameixa, visivelmente pelo erro de um pai, aprendemos o quão difícil é entender certos comportamentos de certos pais, mas não posso concluir essa história sem declarar que gargalhei muito com a atitude da criança diante do egoísmo inicial de um pai.

É isso por hoje... é vida que segue!

 

 

 

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