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sexta-feira, 17 de setembro de 2021

Crônica do final de semana


 Porque parei de tocar violão

Quando desembarquei no Rio de Janeiro para fazer meu curso de teologia, não imaginava encontrar uma igreja que faria tão bem para minha vida, como a PIB em Manguinhos.

Na medida que comecei a trabalhar nesta igreja, fui conhecendo as pessoas e sentindo-me em casa, em especial pelo tratamento de filho que recebia do povo de Deus.

Sempre gostei de música e na igreja tínhamos um órgão com pedaleiras, carinhosamente tocado pela irmã Dilma e por sua filha Rosana. Pedro tocava o poslúdio em um miniteclado.  Tempos depois, a saudosa irmã Enir Cardoso, presenteou nossa igreja com uma bateria. Foi uma festa, pois agora era possível o pastor baterista acompanhar Maxwell no seu violão. Fico pensando na bondade dos vizinhos. Mas todos nós temos um sonho e o meu na época era ser violonista como meu saudoso tio Reinaldo e o querido amigo Luiz Carlos Ribeiro, do Conjunto Emanuel.  Sempre gostei do instrumento e de preferência bem tocado. Então, comprei o meu violão Giannini, iniciei o meu treinamento objetivando minha apresentação no culto.  No dia marcado, para surpresa de todos, lá estava eu com meu instrumento afinado (pelo menos pensava que sim), preparado para cantar e tocar. Que emoção!

Terminei o sermão, anunciei-me como solista da noite e embora tentasse mostrar tranquilidade, por dentro meu sangue circulava mil vezes mais rápido. A expectativa de toda igreja era enorme!

Peguei o violão, acomodei-o sobre a mesa e iniciei minha apresentação sob o olhar atento do auditório. Percebi alguns sorrisos, aparentando aprovação e isso me fez cantar com mais empolgação.

Terminada a apresentação e o culto, fui entender que os olhares não eram de admiração e sim de incredulidade daquilo que estavam ouvindo. A canção do Grupo Elo dizia: - mas Jesus Cristo veio e me achou assim tão sujo e numa cruz derramou sangue tão puro, foi assim que me salvou.

No meu nervosismo inverti a letra e cantei: - mas Jesus Cristo veio e me achou tão puro e numa cruz por mim derramou sangue tão sujo, foi assim que me salvou.

Os jovens da igreja não perdoaram e durante vários meses fizeram coro e gozações sobre minha apresentação. Foi depois desse episódio que parei de tocar violão. Tenho certeza que o povo de Deus nada perdeu e a vida continuou a mesma, após minha decisão.

É isso por hoje... é vida que segue!

 

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