Vai um caldo de cana aí?
Era um
grupo de amigos que morava em bairros próximos, frequentava a mesma igreja,
jogava bola juntos e frequentava a mesma escola. Esse grupo de amigos resolveu
estudar no turno noturno, pois todos precisavam trabalhar a fim de ter o seu
dinheirinho para tomar sorvete na Skimone, principal sorveteria da cidade ou
caldo de cana numa portinha que ficava ao lado de uma outra sorveteria chamada
Patinhas.
Estudar
no turno da noite era uma novidade para aqueles meninos.
Todas
as noites quando saíamos da escola em bando, cerca de 15 adolescentes e alguns
jovens, era um grande terror! Risadas, gritos e muita bagunça fazíamos até
chegar ao local que vendia caldo de cana.
Invadíamos
o estabelecimento e depois de comprarmos e nos fartarmos de tanto beber o
gostoso líquido começava o terror, previamente combinado. Alguém se colocava na
frente de quem levaria o banho. Havia sempre uma vítima preferida que não direi
quem era, claro! Escolhida a vítima, surgia a pergunta mágica: - vai um caldo
aí? – Sim!!! A bebida era arremessada, o gaiato abaixava e o terceiro amigo
tomava um banho com direito a molhar cadernos e livros. E a festa era arrebatadora.
Com
toda essa história quem sofria eram as nossas mães, pois algumas delas lavavam
o uniforme da escola praticamente todos os dias. Para falar a verdade não sei
quais eram as desculpas apresentadas nas casas dos meus amigos, mas lá em casa
nem sempre as minhas eram aceitas, pois não fazia sentido voltar para casa
todos sujo de caldo de cana.
Fico
feliz, por ver pessoas que participavam daquelas brincadeiras, amadurecidas e
líderes, pais, avôs, pessoas responsáveis diante da sociedade. Fiz parte de uma
geração que tem algumas histórias para contar e enquanto temos tempo vamos
conversando...
É isso
por hoje... é vida que segue.
Pr. Robertinho
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