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sexta-feira, 3 de janeiro de 2025


O caso da menina esquecida no ônibus

Era uma família enorme para os padrões dos nossos dias. Com os pais formavam o número chegava a cinco pessoas, logo eram três filhas. Meninas bonitas e muito bem cuidadas pela dedicada mãe. O trabalho era incansável durante a semana, pois além de lutar para o sustento das meninas, era preciso alimentá-las, penteá-las, vesti-las e isso dava um trabalho tremendo.

A semana era sempre muito corrida, mas a família adorava quando chegava o domingo. Todos precisavam levantar muito cedo, pois era o dia de ir à igreja. A mãe era a primeira a pular da cama e iniciava uma batalha de acordar as meninas, enquanto o pai corria até a padaria que não ficava muito próxima de casa para comprar alguns pães para o café.

Todos de café tomado era hora de ir bem rápido para o ponto de ônibus que deixaria a família bem perto da Igreja Batista Morada de Camburi. Os tempos eram outros e a quantidade de ônibus que circulavam na Grande Vitória era bem menor e por isso demoravam bastante, principalmente aos domingos.

Chegaram na igreja e cada um foi para sua sala da Escola Bíblica Dominical. A igreja tinha salas com professoras especialistas em atividades com as crianças e a cada domingo pela manhã, parece que as meninas ganhavam nova vida devido a paixão que elas tinham pelas “tias das salinhas.”

Normalmente após a EBD, havia o culto no templo e as famílias se sentavam juntas e quando possível na mesma bancada e as crianças por sua vez, ficavam bem atentas na medida do possível, nas falas dos adultos. Algumas vezes era preciso chamar atenção, pois nenhuma criança consegue ficar ouvindo adulto falar por mais de quinze minutos. Finalmente o culto terminou e chegou o momento de voltar para casa.

O percurso da igreja até o ponto de ônibus não era tão longo e o coletivo não demorou chegar. Naquele tempo não havia o aplicativo da GVbus. A família entrou no coletivo e a filha mais nova, sentou-se nas primeiras cadeiras e como era muito falante, começou a conversar com uma senhora enquanto a viagem prosseguia.

Chegando ao ponto perto da casa a família se apressou em descer e o ônibus seguiu viagem e só então no momento de atravessar a rua era preciso juntar as crianças, mas se deram conta de que a filha mais nova fora esquecida no coletivo. Um domingo que começara bem, estava dando mostras que poderia não terminar como havia começado.

Em pouco tempo e como sempre acontece houve um início de tensão e a pergunta que não queria calar: de quem foi a culpa? Você não olhou sua irmã? Meu Deus que faremos? A primeira providencia foi mandar uma das irmãs mais velha no ônibus que veio em seguida para tentar encontrar a menina de cinco anos.

Enquanto isso, a menina esquecida no ônibus, conversava com uma senhora que achou estranho uma criança tão esperta e falante sozinha, uma vez que o coletivo chegara no ponto final.

O motorista e aquela senhora indagaram a criança sobre os pais e onde ela morava e para surpresa geral ela falou o nome do pai, da mãe e como não bastasse o nome e o telefone de uma vizinha que logo foi contactada e os pais foram informados que a menina estava bem e foi devolvida em segurança à família.

Tive oportunidade de conhecer essa história há dias, ouvindo a própria matriarca e conheci aquela menina que gostava tanto de conversar, agora é mãe de uma linda criança e pedi permissão para contar a história sem mencionar nomes.

Aprendi com essa história apesar de tensa teve o final feliz, pois havia uma criança desinibida que conversava com os pais, irmãs, vizinhas e procurava aprender coisas que poderiam parecer sem importância, mas foram fundamentais para ela retornar à família.

Aprendi com essa história que, no nosso dia a dia se o nosso smartphone der um defeito é muito provável que nem o número do telefone da esposa, esposo, filhos, parentes, vizinhos não saberemos, pois somos dependentes da agenda do nosso aparelho. Que triste!

Aprendi ainda que criança precisa de vigilância o tempo inteiro pois muitas vezes num pequeno descuido, coisas ruins podem acontecer e se transformarem em tragédias que deixam marcas para sempre nas famílias.

Aprendi que Deus foi bondoso com os pais da menina e a história terminou bem, embora tenha causado um grande susto em toda família.

É o que temos para hoje... é vida que segue!

 

 


 

terça-feira, 31 de dezembro de 2024


A GENEROSIDADE DE DEUS... COM O CORAL VIVA VOCÊ

O tema da igreja que frequento para o próximo ano é: “A generosidade de Deus” e confesso que achei sensacional e para ilustrar pensar como foram os “365” dias do Coral Viva Você, tomei emprestado a ideia para fazer algumas reflexões do muito que vivemos,

Vivemos a generosidade de Deus, pois recebemos novos componentes que não somente acrescentaram, mas agregaram qualidade ao nosso grupo. Não sou tão veterano como as meninas Petronilha, Cida Arleu, Mirtes, Moema e logo em seguida Iolina de Fátima, Sara e Onorina, testemunhas oculares do que estou falando, mas já tenho um tempinho de estrada.

Entendo que Deus foi generoso conosco, pois conseguimos cumprir uma enorme e bem diversificada agenda aqui no nosso estado quando cantamos em igrejas, secretarias, escolas, teatros, pequenos e grandes palcos.

Vejo generosidade dos organizadores do festival de coros em de Cachoeiro de Itapemirim nas programações alusivas a festa da cidade e o acolhimento que sempre recebemos do incansável grupo de recepção da Catedral de São Pedro. Confesso que sou fã dos meus conterrâneos.

Vejo generosidade de Deus na viagem que fizemos às cidades históricas de São João Del Rei e Tiradentes. Foi uma viagem memorável e uma palavra de gratidão à Edna e Dan que foram conosco. Evidentemente que não posso deixar de falar do frio e do sufoco que tivemos para lanchar no final da noite de sábado, pois o número de Coros que várias partes do Brasil era enorme, mas no final deu tudo certo.

Vejo generosidade de Deus sempre que retornamos ao município de Domingos Martins e particularmente nesse ano quando cantamos no Templo da Primeira Igreja Batista da Cidade. Não posso deixar de citar as palavras que ouvimos de um ilustre ouvinte que acalentou os nossos corações e o jantar que nos foi oferecido, proporcionando a oportunidade de algumas pessoas cometerem o pecado da gula, inclusive esse que vos escreve.

Vejo generosidade dos organizadores do Festival de Música de São Gabriel da Palha e o carinho dos membros da Igreja Católica Matriz em nos receber e as experiência que ali vivemos foram tão marcantes que teve gente que participou tanto das danças típicas do local que quase perdeu a noção de que precisava voltar para o hotel.

Vejo a generosidade de Deus, pois almejamos cantar no Festcoros - Festival de Música de Salvador, mas não imaginávamos que tão rapidamente nosso sonho se tornaria realidade quase que inesperadamente, mas aconteceu. Cantar na Biblioteca da Cidade, Teatro Jorge Amado e na Igreja Nosso Senhor do Bonfim, foi uma linda experiência. Andar pelas locais históricos, relembrando os sofrimentos dos escravos que nos deixaram riquíssimas contribuições na cultura, agricultura e religiosidade que devem ser compartilhadas as futuras gerações. Experiência Divina.

Vejo a generosidade de Deus, pois conseguimos chegar ao final do ano após muitas lutas e dramas pessoais conseguimos, nosso grupo conseguiu se manter unido e coeso, sempre se ajudando mutuamente. Aproveito a oportunidade para agradecer a força que recebi na minha por ocasião da perda do meu sobrinho.

Vejo a generosidade de Deus, por contarmos mais um ano com a nossa regente Nara. Sou grato a Deus pela sua vida e de toda a sua família. Sei que ela viveu um ano que em vários momentos foram bem difíceis, mas mesmo assim ela com o profissionalismo de sempre nos incentivou a subir um degrau a mais tanto na interpretação, quanto na expressão das nossas diversas de canções. Muito obrigado pelo seu apoio e incentivo!

Vejo a generosidade de Deus, quando nos enviou definitivamente Ricardo como nosso tecladista depois de algumas pessoas passarem pelo Coral nos auxiliando nos ensaios. Um jovem cheio de qualidades e que a cada dia de convívio mais aprendemos a gostar do jeito peculiar dele de ser. Além de músico, também é escritor. Muito obrigado!

Vejo a generosidade de Deus, porque contamos com nossa percussionista Flávia. A sensibilidade dessa moça muito em encanta e tocar com ela acaba sendo fácil, pois o tempo inteiro ela passa tranquilidade em forma de estímulo e afirmo que é fácil tocar com alguém que se comunica com os olhos e consegue fazer o difícil parecer fácil. Um dia eu alcançarei a sua tranquilidade.  

Vejo a generosidade de Deus ao nos enviar o Tio Marlon. Chegou cheio de gás e com muita vontade de acertar, organizando nossas pastas, providenciando atualização dos dados cadastrais do grupo para liberação de entrada no estacionamento e prédio da Secretaria. Está fazendo um grande trabalho.

Vejo a generosidade de Deus porque temos o Johan Wolfgang, que retorna à equipe do Coral. Gosto de sua maneira de trabalhar com o grupo e além de tudo é um grande músico e tem muito a oferecer. Foi muito legal viajar com na companhia dele, afinal... nossos tios arrasaram.

Vejo a generosidade de Deus, pois nos bastidores do nosso grupo, temos nossas meninas que trabalharam de maneira incansável como Lurdinéia e Rosângela e várias outras pessoas dia e noite, para que nossas viagens, ensaios, diárias e prestação de contas pudessem acontecer. Muito obrigado!

Vejo a generosidade de Deus pela vida de cada coralista que contribuiu para o nosso sucesso como equipe. Ensaiar, viajar e apresentar em diversos locais e algo que desgasta profundamente o convívio, mas não podemos esquecer que, vida de artista é assim.

Vejo a generosidade de Deus, por me permitir viver e curtir todos os meus momentos com o grupo. Sempre tentei levar minha vida com leveza e muita alegria e o Coro me permitiu viver dessa forma, tanto nos nossos ensaios quanto nas nossas viagens. Muito obrigado amigos e amigas pelos momentos compartilhados na nossa jornada.

Desejo expressar com esse texto toda a minha gratidão pelo ano que vivemos, pelas nossas lutas e vitórias pessoais e como grupo. Grandes coisas fez Deus fez por nós e por isso estamos alegres.

Desejo a todos os coralistas, leitores, colegas de trabalho, familiares, amigos e amigas um Ano Novo repleto de realizações.

É isso por hoje... é vida que segue

 

 

 

 


segunda-feira, 30 de dezembro de 2024


UM NATAL DIFERENTE

Foi um final de ano diferente, pois o meu pai fora internado há dois meses depois de mais de 24 anos desde que sofrerá o primeiro Acidente Vascular Cerebral. Ele era um homem negro, forte e alto e trabalhou durante toda sua vida na Rede Ferroviária Federal, antiga Leopoldina e como não se importava muito em cuidar da saúde, assim como a maioria dos seus colegas de trabalho, acabou sucumbido para uma doença que poderia ter sido evitada.

Após sua internação, sofreu outros AVCs e a cada dia sua situação foi ficando pior e a família começou o revezamento no hospital evangélico de Cachoeiro de Itapemirim para cuidar do nosso pai.

No ano de 2004, solicitei licença médica para cuidar de doente, considerando que a minha mãe, não teria condições de passar dias e noites no hospital sem que adoecesse também. Pois bem, ela ficava alguns dias e sempre às noites eram nossas e coube a mim, permanecer na noite de véspera de Natal.

Para quem conhece Cachoeiro, a capital secreta do mundo, o dia 24 de dezembro é muito parecido com as grandes cidades. Muito movimento de pessoas num frenesi tremendo e o comércio fica em polvorosa. No meu caso que já não gosto de dirigir nos sábados por aqui, muito menos no dia que antecede o Natal.

Ao final da tarde o movimento começa a diminuir e ao contrário do passado, o comércio fechar mais cedo e as pessoas começam a retornar para suas casas, para os preparativos da ceia de natal. E por volta das 18h, começo o meu turno no Hospital Evangélico para passar a noite com o meu pai.

O quarto ficava na parte baixa do prédio, porém no terceiro andar. De lá dava para ver o pequeno movimento de uma rua que só se agitava quando chegava alguma ambulância, fora os moradores locais. Mas era possível ouvir os brilhos e estourar dos fogos da janela do quarto.

Na minha cabeça era uma sensação contraditória, pois de um lado via os fogos e alguns gritos de comemoração e virava o meu olhar e via o meu pai, respirando com muitas dificuldades, além de estar recebendo alimentação enteral. De um lado muita festa, alegria e do outro lado consternação. Devo confessar que essa cena sempre deixou um nó na minha cabeça.

Foi uma noite bem sofrida e não consegui fechar os olhos nem um momento sequer em função da situação do meu pai e pontualmente às 05h da madrugada depois uma troca de olhares ele fechou os seus olhos para sempre e descansou dessa batalha física. Nunca mais me esqueci daquele olhar. Isso foi há 20 anos.

Quatro anos antes dessa cena no dia 25 de dezembro, após um dia de comemorações do Natal, no final da tarde, minha irmã grávida de um menino foi levada as pressas à Maternidade para ganhar seu bebê. Nasceu o menino que recebeu o nome de José Vitor e trouxe alegria para todos os familiares.

Minha irmã e cunhado, ficaram extasiados com a criança que foi crescendo e desde cedo demonstrava um tremendo talento com a arte de grafitar e pintar murais de forma leve, solta e outras arrojadas. Era um exímio talento e tinha a alma e inquietações de um artista. Esse povo e isso falo com carinho, tem a capacidade de enxergar nos detalhes coisas que não conseguimos ver na totalidade. São perspicazes na visão, observação e tradução para o mundo.

O menino cresceu e todos o dia 25 de dezembro, sempre comemorávamos o nascimento daquele que outrora fora criança e acabou se transformando num bonito jovem, com direito a todas as inquietações e frustrações que essa idade acaba trazendo quando estão completando a fase de amadurecimento de suas funções neurológicas, psicológicas e emocionais.

Pois bem o rapaz chegou aos seus 23 anos e diante das pressões, emocionais, psicológica e emocionais, acabou não suportando a dor de enfrentar as questões da vida e nos deixou em junho do ano corrente. Foi uma das experiências mais difíceis que enfrentamos como família. É o tipo de acontecimento que marcará para sempre a vida dos pais e dos familiares de perto em função das perguntas que insistimos em tentar responder, sabendo que não têm respostas.

Nesse ano de 2024, afirmo que o nosso Natal é diferente. Somos gratos a Deus, pelo Nascimento de Jesus, mas também nos lembramos daqueles que marcaram nossas vidas e essa lembrança se faz presente a cada minuto desse dia em que nas casas ouvimos risos e comemorações.

Nosso Natal será diferente, pois além da lembrança da morte de um homem de 74 anos à época, nos lembramos de um jovem que completaria 24 anos, justamente no dia 25 de dezembro de 2024. As lembranças permanecerão para sempre e vamos vivendo na esperança de que o aniversariante maior desse dia, se encarregará de cuidar e confortar os nossos corações.

Desejo para você e sua família um dia abençoado!

 

 

 

 

domingo, 15 de dezembro de 2024


Cantata Rei de Amor

Durante vários anos o maestro Waldenir de Carvalho, traduziu e várias peças musicais e esses trabalhos deixaram o seu nome marcado para sempre na memória da música evangélica brasileira.

A Cantata Rei de Amor foi escrita por Rodger Strader e arranjos de Bob Krogstad e como já foi mencionado, a tradução foi do Maestro Waldenir de Carvalho que contou com o Coral Renascença que ele dirigia e foram disponibilizados os famosos kits de ensaios das vozes e play back, que eram novidades naquela época.

Seguramente essa foi uma das primeiras Cantatas de Natal que surgiram no Brasil na virada dos anos 70 para os 80. Houve uma grande explosão de musicais em nosso país, pois fizemos a transição das famosas peças para música.

Iniciando no Ministério da Palavra e liderando a Primeira Igreja Batista em Manguinhos, recordo-me que fomos desafiados a substituir às peças natalinas pela Cantata Rei de Amor.

Nossa jovem regente, Nilciene Pereira Bastos Dias, tomou para si a responsabilidade de ensaiar e preparar o coral de nossa igreja para o grande desafio. Tudo preparado meticulosamente e com um grande painel com o nome do Musical, preciso registrar que foi uma grande apresentação.

Nesse ano de 2024, a Primeira Igreja Batista em Jardim Carapina, liderada pelo Pastor Marques Xavier Martins e através da nossa ministra de música, Alini Realino de Souza Gomes, apresentará essa belíssima cantata que apresenta Jesus como Rei de Amor, desde a revelação do anjo à Maria, como cumprimento das promessas feitas por Deus através dos profetas. Ele nasceu num lugar humilde e dormiu em paz numa estrebaria, enquanto os céus explodiam em festa pela chegada do Salvador da humanidade.

É um musical que deve ser ouvido com o coração tentando se transportar para os lugares que serão apresentados pelos solos e apresentação do Coral. Quero te convidar a assistir nos dias 15 e 22, sempre as 19h, no templo da Igreja, que fica na Rua Salvador, 260, Jardim Carapina – Serra – ES.

Desde já, desejo que este tempo de festividades pelo nascimento de Jesus, sejam momentos de profundas reflexões das nossas ações diante do esfriamento, indiferenças e endurecimento das nossas emoções diante do sofrimento dos estranhos de longe e dos nossos amigos e entes queridos de perto.

Natal não é sobre religião, mas sim de gestos de solidariedade que possam substituir ações que nos lembram de um dos mandamentos dos antigos que era “olho por olho e dente por dente”. Esse tempo foi abolido justamente através do nascimento de Jesus e se ainda vivemos naquele tempo, significa que o Rei de Amor, precisa nascer nos nossos corações.

Aproveito para desejar para você e toda sua família um Feliz Natal e boas festas!

É isso por agora... é vida que segue!

sexta-feira, 13 de dezembro de 2024


Brunella... como sua avó já dizia!

Eis que chegou o grande dia...

Depois de muitas lutas, corre e corre, noites em claro, sonos perdidos e jamais recuperados....

Depois de inúmeros choros, alguns de alegrias, de raiva outros de consolo...

Depois da vontade de matar alguns professores e todos aqueles que tentavam me consolar nos meus momentos de desespero...

Depois de tentar conter a raiva colegas de sala, do trabalho, da família e do namorado, achando que ninguém me entendia...

Depois da vontade fazer um buraco e desaparecer e questionar: onde estava com a cabeça quando escolhi esse curso...

Depois de passar meses, semanas, horas e dias pensando e sofrendo pelo TCC, naquele seu desespero de quem, sempre desenvolveu suas tarefas corretamente...

Depois de entrar em desespero achando que não conseguiria fazer a apresentação oral do TCC pelo fato de ser tímida, achando que ficaria em apuros, mas após a nota 10 que você recebeu, imagine se fosse extrovertida...

Depois de levar de vencidos todos os obstáculos da sua vida pessoal e do seu trabalho... chegou seu grande dia.

Dia de receber o diploma, sim, mas dia de olhar para trás e contemplar onde você está e imaginar tudo que você passou e visualizar pela fé, onde Deus te levará...

Brunella, desejo todas as bênçãos de Deus para sua vida, pois capacidade, esforço, inteligência, uma família linda você já tem...

Com a graça de Deus que o céu seja o seu limite, para muitas outras conquistas que por certo virão, juntamente com sua família.

Se existe orgulho santo, saiba que esse amigo se orgulha de você que para sempre será a nossa menina geniosa, inteligente, competente e querida da nossa Subgerência de Patrimônio.

Claro que sua avó, ficaria orgulhosa da profissional, mulher e mãe que você se tornou.

Receba o meu carinho, apreço e um beijo no coração...

Do sempre amigo...

Robert!


domingo, 8 de dezembro de 2024


Conceição, eu me lembro muito bem...

Em 1956, Cauby Peixoto, lançou uma música chamada Conceição e segundo os historiadores foi um grande sucesso e gostaria de tomar como título a primeira frase dessa canção para fazer algumas considerações sobre uma pessoa muito especial. Claro que não pedi autorização do autor, mas vou arriscar.

Conceição, eu me lembro muito bem que esse é o segundo nome de uma tia que também é conhecida como Babá e nasceu em 08 de dezembro, irmã de meu saudoso pai e que teve uma participação imensa na minha história de vida.

Conceição, eu me lembro muito bem quando ainda era criança você morava e cuidava de uma de nossas tias que ficara doente e se fosse nos dias de hoje, provavelmente seria diagnosticada com esquizofrenia, pois ela ouvia vozes que nos deixava assustados, mas você não desistiu e cuidou dela: tia Maria “Cinica.” O apelido dela era Cinica e não cínica.

Conceição, eu me lembro muito bem que você além de ser uma tia que todos admiravam gostava de aventuras, pois havia um abacateiro na nossa casa e quem se apresentou para retirar o fruto porque as crianças não alcançavam. Confesso que não sei o que houve, mas o abacate apareceu na mesa da cozinha, mas percebemos que alguns galhos foram quebrados com a queda da pessoa que subiu para retirar o fruto.

Conceição, eu me lembro muito bem que no final dos anos 60, havia um grande movimento da música no Brasil chamada Jovem Guarda. Erasmo Carlos possuía uma grife chamada tremendão e logo os jovens cantores da época queriam usar camisas dos tremendões. Recordo-me que estava em casa e eis que chega minha querida tia com uma linda camisa vermelha de gola dupla e quadriculada e me entrega. O problema era tirar a camisa, pois foi um sucesso me sentia um cantor de rock and roll.

Conceição, eu me lembro que assim que você se casou e o meu tio Francisco trabalhava na Marbrasa, eu tinha uma tarefa diária quando ele fazia o turno noturno que era levar a janta e entregar no ônibus que passava perto da marmoraria. Minha tarefa era descer, passar pelo projeto de Hospital Evangélico, atravessar a ponte de ferro, sentido centro e apreciar do lado esquerdo a sorveteria Skimone, do direito Cine Broadway e esperar no ponto de ônibus.

Conceição, eu me lembro muito bem as muitas vezes que amanheci na Santa Casa de Misericórdia de Cachoeiro de Itapemirim, onde você fez toda sua carreira de trabalho como enfermeira e após alguns exames que eram feitos lá o café servido com biscoito de maisena Maria, o redondinho e era o sonho de toda criança e não haviam as variedades que temos hoje.

Conceição, eu me lembro muito bem de uma tarde de segunda-feira, quando você chegou com minha mãe de táxi no Bairro Aribiri, na casa do saudoso Tio José Bispo e olhei desconfiado e perguntei: o que houve e soube que o meu pai havia sofrido um AVC e se encontrava internado em Vitória. Você foi fundamental para encararmos aqueles primeiros momentos com o papai e conseguimos leva-lo para Cachoeiro e ele esteve conosco por 25 anos. Não tenho como esquecer!

Conceição, eu me lembro muito bem de sua Boda de Prata, quando já tinha todo programa montado, mas você fez questão de que o sobrinho Pastor desse uma palavra e quero repetir o que já disse: foi uma grande honra pode dirigir uma palavra de pouco mais de três minutos da minha gratidão de fazer parte da história de vida de sua família.

Conceição, eu me lembro muito bem e nem tenho como esquecer as preciosas horas que você e minha mãe passam no telefone, conversando e lembrando histórias da família, igreja, os momentos bons e difíceis da vida e o tempo precioso que passam orando por todos os nossos entes queridos.

Conceição, eu me lembro muito bem das muitas histórias de nossas vidas, mas hoje não posso deixar de agradecer a Deus por sua preciosa vida. Sou grato a Deus pela família que Ele lhe deu: esposo, filho, filhas, netos e genro maravilhosos.

Conceição, eu me lembro de Maria da Conceição, Conceição e tia Babá do quanto admiro sua determinação mesmo em meio às grandes lutas da vida, você permanece firme no propósito de continuar confiando e colocando sua vida nas mãos daquele que pode providenciar o socorro no tempo oportuno.

Minha querida tia, receba o meu carinho como sobrinho e de toda a nossa família nesse dia especial de sua vida e se você está feliz, saiba que nós também e por isso mesmo quero lhe desejar um feliz aniversário e que os seus olhos continuem focados no Senhor, pois é dEle que sempre vem a cura e o consolo.

Beijos de seu sobrinho que tanto lhe ama!

É isso por hoje... é vida que segue!

 

 


 

domingo, 24 de novembro de 2024


 


Maria... Simplesmente Maria!!!

A história de uma mãe pelo olhar de um filho.

Nasci em 1937, num lugarejo chamado Engano, hoje se  chama Ibitiruí,  próximo  de  Matilde, distrito de Alfredo Chaves, que na época era a rota da Rede Ferroviária Federal, também conhecida como Leopoldina e que ligava Cachoeiro à Vitória.

Minha família era normal para os padrões da época, éramos em nove filhos. Minha mãe era uma mulher negra, forte e bem enérgica! Meu pai, era um homem forte, trabalhador, porém muito tranquilo. Ele era feitor (aquele que supervisionava os homens que colocavam os trilhos) na velha Estrada de Ferro da Leopoldina.

Quanto aos meus irmãos, a mais velha se chamava Nivalda que tinha uma calma e paciência muito parecida com a de Jó. Confesso que várias vezes tive inveja o temperamento dela. Logo em seguida, tínhamos o Osvaldo que era um homem de fala mansa e como se dizia no interior, deve ter tomado muito banho na água de Nivalda. Ambos de saudosas memórias.

Sou a terceira na descendência de Hermenegildo e Nair e desde cedo sempre fui uma falsa calma, pois gostava de aprontar com a minha irmã que nasceu logo a seguir, mas essas histórias ficam para uma outra oportunidade. Minha próxima irmã, se chama Luci, mulher de muita garra e juntas vivemos momentos memoráveis com histórias que sempre recordamos nas nossas conversas.

O próximo irmão se chama Vivaldo e foi o que mais cresceu da turma. Sempre muito vaidoso, mas quando criança, aprontava com muita força e naturalmente era o que mais apanhava. Laurinda é a sexta dessa turma, uma irmã que sempre foi muito desinibida e uma irmã que sempre me ajudou quando foi preciso.

O sétimo irmão era um menino talentoso e se chamava Reinaldo. Tocava violão e gostava muito de contar histórias para o Robertinho, seu sobrinho, que ele gostava de cuidar quando ele ainda dava os seus primeiros passos. Grifo meu: como eu gostava daquele tio. Era o meu herói e fiquei triste quando ele foi embora para o Rio, mas tive oportunidade de estar com ele e conversamos por longas horas, antes do seu falecimento.

Em seguida veio Tereza. Uma pessoa portadora de uma bondade a prova dos grandes vultos mais bondosos que conhecemos na atualidade. Mulher que enfrentou muitos desafios na vida, mas quando nos deixou ficamos com as mais profundas lembranças de acalentam dia a dia os nossos corações.

A nona irmã, se chamava Laerci. Como costumamos chamar, irmã do coração que como mais nova tinha o comportamento de irmãos mais novos e isso falo para quem os tem ou tiveram. Cresceu conosco, foi amada e aprontou, como todos nós, teve sua família e hoje ocupa um lugar de saudade nos nossos corações.

A função do tempo é passar e em alguns momentos achamos que vai rápido demais e em outros que é demorado, mas o fato é que fui vencendo todas as dificuldades apresentadas pela vida até que conheci o meu saudoso esposo Osmani Gomes e nos casamos em 27 de setembro de 1958 em Jaciguá, distrito de Cachoeiro naquela época. Dessa união tivemos seis filhos: três homens e três mulheres e uma delas é uma filha querida do coração. 

Minha vida sempre foi de muitas lutas. Houve um tempo em que estive muito doente, mas nunca desisti de lutar, pois precisava cuidas dos meus filhos, pois o meu marido viajava e ficava vários dias fora de casa em função do seu trabalho na Estrada de Ferro Leopoldina, mas a nossa família continuava harmoniosa.

Depois de algum tempo e devido aos meus problemas de saúde daquela época, muitas vezes meu filho mais velho precisava ir correndo ao SAMU – Serviço de Ambulância para trazer um médico ou mesmo pegar algum medicamento para me socorrer, pois os tempos eram difíceis.

No início dos anos 70, a situação ficou muito séria e naquele tempo, recordo-me que minhas crianças eram levadas à Igreja Batista do Aquidabã, pela família de Waldemira Ribeiro e logo, fomos visitados pela Pastor Adson Magalhães e não demorou muito, me converti, fui batizada e em seguida os meus filhos também e nos tornamos membros naquela Igreja. Preciso registrar que o tempo inteiro fui cuidada pela irmã Laura Manoela de saudosa memória que não deixava de nos visitar todos os dias.

Fui me envolvendo na Igreja e mesmo não tendo preparo que grande parte da juventude possui, Deus me dom de visitar e cuidar das pessoas, especialmente das crianças pois fui colocada como responsável pelo Rol de Bebês. Eu coordenava os cultos nas casas dos recém nascidos e ajudava nas apresentações da primeira visita na igreja.

Sou grata a Deus por tudo que Ele fez na minha família. Todos os meus filhos foram cresceram na Igreja e participaram ativamente de todas as atividades. Meu marido se converteu e foi batizado pelo meu filho pastor Roberto na nossa igreja de Aquidabã. Hoje, intercedo por cada um deles todos os dias.

Sou grata a Deus por Ele te me dado a oportunidade de desenvolver uma amizade com toda a minha vizinhança e pela misericórdia dele, sempre que posso e meu estado físico permite, eu os visito e procuro sempre levar uma palavra de conforto e ânimo nos momentos difíceis em que se encontram.

Sou grata a Deus pelas amigas e irmãs que ele me deu na igreja. Não posso citar o nome de todas para não se injusta, mas algumas delas já se encontram nos braços do Pai e sou grata por aquelas vidas e também pelo número de outras queridas que inclusive estiveram comemorando comigo meu aniversário no dia 22, sexta-feira.

Minha palavra de gratidão pelos netos que Deus me deu e pela oportunidade que tive de cuidar de grande parte deles quando ainda eram bebês. E meu coração se encanta quando percebo o carinho que cada um deles nutre pela minha pessoa.

Preciso agradecer a Deus por mais um ano de vida que me concedeu. Sei que esse ano foi muito difícil, pois perdi um neto querido, mas prossigo repetindo o gesto que me fez vencer nesses últimos 54 anos, que é a oração. Eu não sei o que seria a minha vida sem essa busca constate do socorro divino.

Nesse tempo minha gratidão aos amigos, amigas, irmãos, irmãs, filhos, netos, bisneta, vizinhos e vizinha... eu não sei o que seria de minha vida sem você pois com amor de Jesus, mudaram o meu coração.

É isso por hoje... é vida que segue!

A Deus toda honra e glória...