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quarta-feira, 26 de março de 2025


Crônica para uma moça do ônibus...

Todos os dias são iguais aos outros, amanhece e entro no ônibus que conduz centenas de pessoas para os terminais de Serra, Jardim América, Carapina... no meu caso o de Vila Velha...

Ao chegar no terminal, basicamente encontramos os mesmos passageiros de todos os dias, uns sentados, alguns em pé mexendo no telefone ou lendo um livro e outros observando as pessoas, como no meu caso...

Tem sempre um grupo que chega mais cedo porque mora mais perto e na medida em que o sol começa a dar sua cara as pessoas vão chegando. Algumas apressadas, pois precisam embarcar rapidamente e outras vão esperar o horário, mas o movimento de pessoas sempre é uma grande festa...  

No meio desse burburinho de gente, você sempre chega às vezes apressada, dando a impressão que o mundo está prestes a acabar e outras vezes que o universo todo gira em torno de você e quase levita ao tomar o seu cafezinho de cada manhã e ir para o trabalho com o coração aquecido dentro de um ônibus normalmente gelado e sempre no seu lugar preferido...

Dia desses, quase perdeu a condução pois chegou no terminal mais tarde e comprou o seu cafezinho que é sagrado sem medo de ser feliz. Foi uma cena muito interessante pois dentro do veículo sua amiga estava preocupada com sua demora em retornar com o café e o ônibus estava prestes a sair e, de repente, eis que surge sua pessoa andando tranquilamente e entrou no coletivo com um belo sorriso estampado no rosto como se nada tivesse acontecido...

Recordo-me que uma de suas marcas era o seu cabelo loiro, ora preso e outras vezes esvoaçante, combinando com o ar de rebeldia que você carrega com suas tatuagens que não sei bem o que são e nem saberei o que significam, pois, além de tímido para essas coisas, sou um observador e gosto mesmo é de escrever as minhas impressões sobre as pessoas...

Hoje, terça-feira, olhei para todos no ponto de ônibus e depois de algum tempo consegui lhe identificar com muita dificuldade, pois estavas totalmente diferente. Seus cabelos de loiros e soltos, agora pretos, cortados e bem penteados. Praticamente se tratava de uma outra pessoa, na mesma pessoa. Ficaram ótimos e, como já lhe disse, se eu não fosse tímido, diria isso na sua face...

Sabe, você me fez lembrar uma cantora: Madona, mulher que tem a capacidade de mudar sem perder sua genialidade e personalidade, espero que não se chateie com essa comparação. Ela muda sem perder a essência e simplesmente acho isso é uma tremenda qualidade.

Não lhe conheço de falar, mas de apenas embarcar no mesmo ônibus com todos os outros passageiros, cada com suas características, que os tornam marcantes na cabeça de um observador...

Mesmo que eu nunca saiba o seu nome, posso lhe afirmar que você deve ser uma pessoa resoluta e decidida, pois levanta a cada dia de madrugada para lutar pelos seus ideais e sonhos de sua família...

Você, moça do ônibus e que tem um nome que não sei, mas concluo desejando que a sua vida e de seus familiares sejam repletas de realizações e das bênçãos dos céus...

É isso por hoje... é vida que segue!!!

 

 

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