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terça-feira, 6 de agosto de 2024


A arte de sorrir cada vez que o mundo diz que não...

Essa frase é parte da letra de uma canção composta por Guilherme Arantes, eternizada na voz de Maria Bethânia... brincar de viver.

Hoje (dia 05/08), pela manhã no horário do Brasil, vimos três meninas subirem ao pódio ao final do solo na ginástica artística nas Olimpíadas de Paris... Rebeca Andrade, Simone Biles e Jordan Chiles.

Três mulheres negras causaram reverência mundial, apesar da pressão de brasileiros e americanos por seus representantes; no entanto, Simone Biles e Jordan Chiles demonstraram ao mundo que merecem respeito no esporte.

Três histórias de vidas que vale a pena conhecer um pouquinho sobre cada uma delas: a atleta que ficou em terceiro lugar, nasceu em Tualatin, Oregon, nos Estados Unidos, começou cedo como ginasta e estava tão segura na sua apresentação e sua frustração foi visível por ter ficado fora do pódio, mas quando sua classificação foi revisada, ela explodiu de alegria por ter conquistado o terceiro lugar... Jordan Chiles.

A segunda ginasta... uma mulher nascida em Columbus, Ohio e começou a ginástica muito cedo quando tinha apenas seis anos. Ela sempre se preparou com muita determinação e sempre brilhou, mas teve a coragem de desistir das Olimpíadas de Tóquio por entender que sua saúde mental era mais importante do que suas conquistas, embora fosse uma das melhores atletas do país... Simone Biles

A história da atleta que conquistou o primeiro lugar, começou com uma menina negra e pobre que veio da Vila Fátima, Guarulhos, Estado de São Paulo e nunca abandonou o sonho de ser uma grande ginasta para representar o seu país. Apesar das dificuldades que enfrentou como filha de uma família humilde que se mudou para Curitiba, para dar continuidade ao sonho da menina que nunca perdeu o seu foco que a levou no lugar mais alto do pódio em Paris... Rebeca Andrade.

Apesar de muito nova a vida de atletas de alto nível numa modalidade de esportes que o corpo é extremamente castigado para manter a performance é comum muitos jovens sucumbirem diante das pressões psicológicas da mídia, patrocinadores, torcedores e a obrigação de vencer, pois somos um país que só valoriza a vitória... podemos tirar algumas lições da vida de Rebeca.

Aprendemos com ela e sua família a arte de sorrir cada vez que o mundo diz não... quando sua mãe lutou contra a escassez de recursos para cuidar de sete filhos sem nunca perder o foco. Como muitas mulheres valorosas do nosso Brasil.

Aprendemos com ela e sua família a arte de sorrir cada vez que o mundo diz não... quando ela passou por três cirurgias no joelho que normalmente trazem inseguranças aos atletas, mas que foram vistos muito durante suas apresentações como superação das limitações que seu joelho lhe impunha.

Aprendemos com ela e sua família a arte de sorrir cada vez que o mundo diz não... apesar de suas quedas nos treinos e mesmo apresentações ela se levantava e tomava aquele momento como parte da formação da vida de uma atleta e sinalizando de que essa experiência de recomeço, deve fazer parte de nossas vidas.

Aprendemos com ela a arte de sorrir cada vez que o mundo diz que não... enquanto todos os brasileiros se mostravam furiosos por ela ter recebido uma avaliação negativa e injustas aos nossos olhos, ela apenas sorria, como se previsse: “o melhor está por vir".

Aprendemos com ela a arte de sorrir cada vez que o mundo diz que não... pois sempre demonstrou sua humildade, simpatia e admiração pelas suas rivais quando perdia e por essas razões quando obteve sua maior conquista foi reverenciada.

Aprendemos com ela a arte de sorrir cada vez que o mundo diz que não... por incrível que pareça, ela nos ajudou como país recuperar o orgulho das cores de nossa bandeira e por esta ser elevada no local mais alto do Ginásio explodindo a nação de alegria.

Cada vez mais, aprendemos a arte de sorrir quando o mundo diz que não... pois além das três mulheres negras presentes no pódio no dia (05/08), também tivemos Beatriz Souza, conquistando no dia (02/08), nossa medalha de ouro.

Cada vez mais, aprendemos com ela a arte de sorrir cada vez que o mundo diz que não... mesmo que tardiamente descobrimos que somos o país da ginástica de trampolim, ginástica rítmica, judô, tênis de mesa, nado artístico, natação, ginástica artística e não somente do futebol. A cada olimpíada percebemos que nossa história está mudando e um dia seremos respeitados na maioria das modalidades de esportes. 

Cada vez mais, aprendemos a arte de sorrir mesmo quando o mundo diz que não... pois nesses jogos olímpicos as mulheres estão dominando várias modalidades de esportes numa velocidade de fazer inveja a muitos homens.

A arte de sorrir cada vez mais que o mundo diz que não... viva Rebeca Andrade.

A arte de sorrir cada vez mais que o mundo diz que não... viva Beatriz Souza.

A arte de sorrir cada vez mais que o mundo diz que não... viva as mulheres brasileiras.

A arte de sorrir cada vez mais que o mundo diz que não... viva o povo brasileiro.

Isso foi tudo para hoje. Ainda temos muitas emoções pela frente, então é vida que segue!


5 comentários:


  1. "Quando a mulher negra se movimenta , toda a estrutura da sociedade se movimenta com ela.... Angela Davis

    Um dia histórico ver três mulheres negras num pódio onde a décadas atrás era desconsiderado a participação de mulheres negras.
    Triunfantes, Valorosas e Fazem história 🤎💐
    O racismo estrutural é nocivo, segregador e mata as mulheres, principalmente as mulheres negras. Ainda é assim!
    Matam sonhos, possibilidades e oportunidades.
    E ver um pódio com tanto simbolismo e resignificação, nos revigora 🤎💐❤️
    Parabéns amigo pela linda reflexão!

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    1. Perfeito, amiga!!!
      Você é uma grande inspiração pois venho acompanhando sua trajetória de vida, suas lutas e suas vitórias.

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