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domingo, 21 de julho de 2024


Mais um dia amanheceu...

Acordar cedo todos os dias é um misto de prazer que tem se repetido há muitos. Estar vivo é um motivo de alegria; levantar com certeza sem sentir dores como muitos sentem e não me tenham como exibido, mas venho tentando como posso tratar com carinho e cuidado do meu corpo, para protelar certos sintomas e saber que enfrentarei mais um dia de trabalho, também me traz certo bálsamo, pois muitos foi o que escolhi como profissão e não posso deixar de ser grato.

Arrumar o quarto, após uma noite com uma temperatura amena, não sem antes dar uma olhada na biblioteca e tentar fazer um cálculo mental de quanto tempo preciso para ler os livros que ali se encontram e que estão relacionados a nova perspectiva de vida que desejo para o meu futuro.

Depois de divagar nos meus pensamentos, agora é hora de levantar e tomar um bom banho, não totalmente gelado, mas como alguns diriam temperado para dar aquele retoque final na mochila e pegar o inseparável mal do milênio para sair para o trabalho. Falo do celular!

Como moro no quarto andar, preciso sair da minha casa e além de trancar a minha porta, tenho que passar por um portão de ferro que foi instalado como segurança dos dois apartamentos do andar. Segundo os moradores antigos, todo cuidado é pouco, pois ninguém está livre de infortúnios. Passando pelo portão e depois de trancá-lo, desço as escadas que é uma mistura de mármores com cimento e que ficou um acabamento bem interessante e antiderrapante.

Ainda está bem escuro, pois não passa das cinco horas da manhã e normalmente encontro-me com uma policial, bem novinha de poucas palavras e que mal responde ao meu bom dia de todos os dias, mas isso não importa, pois faço a minha parte. Na portaria como sempre estão os rapazes que trabalham em sistema de revezamento e sempre muito simpáticos, nos cumprimentamos e fico literalmente na frente do meu condomínio.

Quando chego lá, encontro meus amigos de ônibus: Antônia*, que trabalha numa clínica; Juliana*, é professora no Município da Serra e Gilson*, trabalha numa empresa de concretagem e assim formamos o quarteto que atravessa a rua e passamos por um valão que corta o bairro e do outro lado da pista, aguardamos o nosso coletivo. A nossa conversa é sempre muito animada e quando não gira em torno de futebol, escola, doenças, política... falamos sobre as novidades do condomínio.

O percurso da minha casa até o terminal de Vila Velha é de pouco mais de dez minutos. São duas linhas de ônibus que passam quase ao mesmo tempo: um vindo de Itaparica (610) e o outro do Ibes (606). Sempre embarcamos no 606, pois mesmo não sendo refrigerado o povo praticamente se conhece e adoro ficar ouvindo a conversa dos passageiros.

Antes de chegar ao terminal, a melhor parte fica com as conversas que ouvimos no ônibus. Algumas mulheres ficam quase que histéricas pois o motorista insiste em parar no mesmo ponto do outro coletivo, pois elas precisam chegar cedo ao terminal para embarcar para o outro município. E elas ficam falando e torcendo e falando, mas o melhor é quando chega no ponto final. O povo como se estivesse participando de uma corrida de 100 metros e quem ficar no caminho, com certeza será atropelado.

O interior do terminal é uma grande graça. Você consegue ver de tudo... desde uma mulher que agride a fiscal por ela ter um caso com o marido dela. É o sujeito que veio de uma noitada e totalmente bêbado, não quer pagar a passagem. Uma certa pessoa visivelmente drogada resolve fazer discurso, dizendo ser a pessoa mais honesta do mundo e que não deveria ser julgada pela roupa, era honesta e poderia provar. Tudo isso em pouco mais de dez minutos numa fila do terminal.

Nessa altura das aventuras entramos no interior do veículo para fazer um percurso de pouco mais de quinze minutos. Passamos pela APAE de Vila Velha, logo adiante pelo belo e majestoso templo do Santuário do Divino Espírito Santo e sem muito esforço chegamos a praça central da cidade onde fica o famoso Titanic, onde funcionou uma escola municipal e que fica em diante da Escola Vasco Coutinho, uma referência em estudo profissionalizante.

Descendo um pouco mais pela Champagnat, passamos pelo tradicional Colégio Marista que com seu bonito prédio com sua arquitetura que lembra os anos início do século passado e por onde passaram algumas personalidades do nosso estado. Logo em seguida, alcançamos o viaduto da Segunda Ponte, passamos sob ela e mais alguns metros atingiremos a Segunda Ponte, pela Avenida Hugo Musso, se não passarmos pelo espaço onde funcionou durante um tempo o Habib's e me parece que o imóvel foi devolvido ao proprietário.

Entrando pela Rua Ceará, logo alcançamos à Rua Dr. Jairo de Matos Pereira e passamos em frente a simpática Igreja Betânia de fachada bonita, apesar da rua ser bem suscetível a alagamentos em tempos de fortes chuvas, mas logo alcançamos a Terceira Ponte. Na primeira subida conseguimos enxergar o imponente Morro do Moreno à direita e na esquerda o Consagrado e visitado Convento da Penha de onde podemos enxergar toda Vila Velha e uma boa parte da baía da Grande Vitória.

Na medida que chegamos no vão central da ponte, a esquerda temos o Quartel do Exército e à direita avistamos toda a parte que vai dar em mar aberto e assim podemos ver a Ilha do Boi e uma visão bem tímida o complexo do tubarão e na minha opinião essa é uma das melhores vistas que temos na Grande Vitória.

Terminando de atravessar a ponte, entramos em Vitória e o dia começa a amanhecer e após passar pelo Ministério Público e Instituto de Previdência dos Servidores Estaduais, chegamos em frente ao prédio da Secretaria de Estado da Educação onde desço, atravesso a rua e vou tomar o meu café de todas as manhãs na lanchonete do Domingos, mas isso é uma história que vai ficar para outra oportunidade e você não vai querer perder.

É isso por hoje... é vida que segue...

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