MARLI DOS SANTOS FELICÍSSIMO (In memoriam)
Fernando Brant e Milton Nascimento, escreveram uma letra que se eternizou na voz do segundo que se chama Maria, Maria. A música retrata como ninguém sobre a luta, a resiliência e a força da mulher e principalmente da mulher negra brasileira.
Todas as vezes que ouço essa música ela me traz à memória algumas mulheres que tive oportunidade de conhecer e conviver. Marli, era uma dessas mulheres que tinha a garra das muitas Marias do Brasil.
Eu a conheci na década de 80, anos dourados dos sonhos, porém difíceis em Manguinhos. Me lembro bem a maneira zelosa como ela cuidava não somente de sua casa, mas de todos que com ela conviviam. Mulher de opinião, sinceridade a toda prova e com um enorme coração.
Foram muitos anos de convívios e desde o início Marli se mostrava como uma mulher talentosa e fina nas questões de culinárias. Era uma fada na preparação dos alimentos e sempre apresentava novidades. No meu tempo de ministério foi a responsável pela cozinha quando recebíamos os irmãos norte-americanos. Tenho boas histórias desse tempo que em breve pretendo compartilhar.
Marli, foi como uma espécie de protetora, pois quando cheguei na Primeira Igreja Batista em Manguinhos, era muito novo e tímido e ela foi a organizadora de uma escala que me levava a almoçar a cada domingo em uma casa e assim consegui conhecer todas às famílias da comunidade e ao mesmo tempo, tornei-me conhecido no bairro.
Marli, foi uma grande mãe que protegia e brigava como uma leoa pelo bem-estar de sua filha. Após anos espera e orações ela ficou grávida de Isamara e nossa igreja viveu uma linda história de gratidão pelo bebê que chegaria em breve. Quando a menina nasceu, fizemos uma festa enorme e comemoramos como uma grande família. São memórias que o tempo jamais apagará!
Marli, foi uma mulher que além de dar gostosas gargalhadas nos fazia rir com sua espontaneidade com algumas situações que vivenciamos no dia a dia da nossa Igreja. Confesso que nos últimos tempos quando tive oportunidade de visitá-la em sua casa nossas conversas normalmente terminavam em lágrimas de agradecimento a Deus pela lembrança de um tempo muito bem vivido.
Hoje é tempo de chorar de saudades, mas também é tempo de agradecer a Deus pelo tempo que tivemos o prazer compartilhar vida, amizade, família e ministério com Marli que agora descansa nos braços do Pai.
Sou grato a Deus por ter Marli na minha história de vida como ovelha e amiga por longos anos e peço a Ele que conforte os corações de Isamara, Zion, Paulo, amigos e toda Primeira Igreja Batista em Manguinhos.
Sou grato, pois o Deus que Marli conheceu e serviu durante toda a vida e agora ela pode contemplá-Lo face a face.
Sentiremos falta das suas gargalhadas, mas teremos paz por saber que você se encontra nos braços do Pai. Descanse em paz, minha querida amiga.
Em Cristo,
Pastor Robertinho
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