Uma
passagem pela Congregação Batista Miragem....
Assentamento Miragem
No final do mês de janeiro, trabalhei na cidade de Ecoporanga, que fica no noroeste do nosso Estado, onde iniciei minha carreira no magistério estadual e aproveitei para permanecer no município, no fim de semana.
Sou grato a Deus pelos muitos
amigos que fiz nessa cidade e Sônia Regina Moreira é uma dessas amigas, que
você fica anos sem ver e quando chega na casa dela e do seu esposo Pedro é como
se tivéssemos nos encontrado na semana passada.
Quando cheguei na cidade, só
conhecia Sonia, pois na época da chamada geral dos concursados nos encontramos
em Vitória. Não tinha ideia onde ficava a cidade e quando escolhi minha vaga,
foi pela fé olhando no mapa. Fui recepcionado no Subnúcleo de Educação que na
época, era chefiado por Saulo, Secretário Municipal de Educação.
Durante o tempo em que fiquei
na cidade, dois anos e meio, tive a oportunidade de atuar além da educação,
também na Igreja Batista de Ecoporanga, que na época era liderada pelo Pastor
Welinton Magela. Fui professor da EBD e sempre que possível ajudava
ministrando nas congregações.
Foi um tempo precioso e confesso
que no auge da minha juventude não havia desafios que não fossem encarados com
a naturalidade dos jovens que ainda estão aprendendo a trilhar caminhos que
notoriamente são cheios de surpresas.
Nesse tempo, estourava no
Brasil dos grandes assentamentos, que era a ocupação de áreas que nada
produziam em grandes extensões rurais e que poderiam ser fonte de renda e
produção de alimentos, para os assentados e cidades vizinhas.
Recebemos na cidade um grupo
grande do movimento dos sem-terra que se alojaram num local chamado Miragem e
logo ficou conhecido como “Assentamento Miragem”. No final dos anos noventa, havia
muito preconceito com relação aos moradores dos assentamentos.
Nesse tempo, tive a
oportunidade de conhecer a liderança do movimento com o Pastor Welinton e fomos
convidados para fazer uma visita ao acampamento dos sem-terra no Miragem.
Fiquei profundamente assustado quando vi, como o povo vivia em uma estrutura
sub-humana, porém fiquei encantado com o voluntarismo de todos que ali
habitavam.
Depois de muitas conversas e
visitas, resolvemos que faríamos na Igreja Batista, um culto de recepção,
agradecimento e súplicas a Deus pelas famílias e crianças do assentamento. Foi
um culto especial em que a Igreja ficou totalmente repleta de assentados e uma
programação que marcou a minha vida.
O tempo passou e depois de
vinte e oito anos, retorno à Ecoporanga a trabalho, e conversando sobre as
atividades da Igreja na cidade, fiquei sabendo de notícias do Assentamento
Miragem e logo passou um grande filme pela minha cabeça e que atingiu em cheio
o meu coração. Logo surgiu o desejo de visitar o local, por saber que existe
uma congregação que em breve será emancipada em Igreja por lá.
Saímos da sede e tomamos o
caminho em direção ao distrito de Joassuba e logo após o carro transitar por um
trecho de estrada de chão e logo retornamos ao asfalto que nos levaria ao
Assentamento. Na medida em que o carro avançava, minha expectativa aumentava,
pois retornaria a um local que fiquei uma vida sem visitar.
Mas o que mais chamou a minha
atenção foi o número de casas de alvenaria que encontrei no Assentamento, pois
quando lá estive da primeira vez, só havia cabanas feitas de armações com
plásticos pretos, sobre uma terra castigada por um sol escaldante e um calor
insuportável.
Ao chegar na Igreja, fomos
muito bem recebidos e logo encontrei uma das líderes que fora minha aluna no
Curso de Formação de Professores, conhecido como Normal. Foi uma grande alegria
e passei a observar o local separado pelo Incra para funcionamento da Igreja.
Encontrar uma congregação com
um templo construído, organizada, com multimídia funcionando perfeitamente, foi
uma grande alegria. Como se não bastasse, a área social destinada pelo Incra
para construção de templo é simplesmente fantástica em sua localização. Há
muito que fazer nas áreas social, educacional e saúde, naquele local.
Hoje, quando pude perceber o
avanço do Assentamento e tudo que já foi feito naquele lugar e a quantidade de
hortaliças e o grande número de barracas que são montadas nas feiras aos
sábados; a qualidade do café que é produzido naquele local, confesso que encheu
meu coração de gratidão e alegria.
Claro que as Boas Novas do
Evangelho, precisam ser divulgadas por todos os lugares por onde passamos, mas
quando você percebe que uma semente que foi lançada há mais de 27 anos e muitas
outras pessoas regaram e trabalharam para que essa semente germinasse,
particularmente não posso deixar de agradecer a Deus pelo carinho e bondade com
todos que colaboraram nessa caminhada.
Nesse domingo de muito sol,
tão escaldante como aquele da minha primeira visita, tive o privilégio de
voltar ao Assentamento Miragem, para ver com os meus próprios olhos os avanços
que foram alcançados naquele local pelos esforços das pessoas que por lá moram
e pelo apoio competente da liderança da Igreja Batista de Ecoporanga na pessoa
do Pastor Roberto Guimarães da Silva.
Minha palavra de gratidão e
reconhecimento ao povo querido da Congregação Miragem e também da Igreja
Batista de Ecoporanga. Gente querida, pessoas do coração. Muito obrigado por me
proporcionarem um maravilhoso final de semana.
É isso, por agora... é vida que segue!
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