A arte de sorrir cada vez que
o mundo diz que não...
Essa frase é parte da letra de
uma canção composta por Guilherme Arantes, eternizada na voz de Maria Bethânia...
brincar de viver.
Hoje (dia 05/08), pela manhã
no horário do Brasil, vimos três meninas subirem ao pódio ao final do solo na
ginástica artística nas Olimpíadas de Paris... Rebeca Andrade, Simone Biles e
Jordan Chiles.
Três mulheres negras causaram
reverência mundial, apesar da pressão de brasileiros e americanos por seus
representantes; no entanto, Simone Biles e Jordan Chiles demonstraram ao mundo
que merecem respeito no esporte.
Três histórias de vidas que
vale a pena conhecer um pouquinho sobre cada uma delas: a atleta que ficou em
terceiro lugar, nasceu em Tualatin, Oregon, nos Estados Unidos, começou cedo
como ginasta e estava tão segura na sua apresentação e sua frustração foi
visível por ter ficado fora do pódio, mas quando sua classificação foi
revisada, ela explodiu de alegria por ter conquistado o terceiro lugar...
Jordan Chiles.
A segunda ginasta... uma
mulher nascida em Columbus, Ohio e começou a ginástica muito cedo quando tinha
apenas seis anos. Ela sempre se preparou com muita determinação e sempre
brilhou, mas teve a coragem de desistir das Olimpíadas de Tóquio por entender
que sua saúde mental era mais importante do que suas conquistas, embora fosse
uma das melhores atletas do país... Simone Biles
A história da atleta que
conquistou o primeiro lugar, começou com uma menina negra e pobre que veio da
Vila Fátima, Guarulhos, Estado de São Paulo e nunca abandonou o sonho de ser
uma grande ginasta para representar o seu país. Apesar das dificuldades que
enfrentou como filha de uma família humilde que se mudou para Curitiba, para
dar continuidade ao sonho da menina que nunca perdeu o seu foco que a levou no
lugar mais alto do pódio em Paris... Rebeca Andrade.
Apesar de muito nova a vida de
atletas de alto nível numa modalidade de esportes que o corpo é extremamente
castigado para manter a performance é comum muitos jovens sucumbirem diante das
pressões psicológicas da mídia, patrocinadores, torcedores e a obrigação de
vencer, pois somos um país que só valoriza a vitória... podemos tirar algumas
lições da vida de Rebeca.
Aprendemos com ela e sua
família a arte de sorrir cada vez que o mundo diz não... quando sua mãe lutou
contra a escassez de recursos para cuidar de sete filhos sem nunca perder o
foco. Como muitas mulheres valorosas do nosso Brasil.
Aprendemos com ela e sua
família a arte de sorrir cada vez que o mundo diz não... quando ela passou por
três cirurgias no joelho que normalmente trazem inseguranças aos atletas, mas
que foram vistos muito durante suas apresentações como superação das limitações
que seu joelho lhe impunha.
Aprendemos com ela e sua
família a arte de sorrir cada vez que o mundo diz não... apesar de suas quedas
nos treinos e mesmo apresentações ela se levantava e tomava aquele momento como
parte da formação da vida de uma atleta e sinalizando de que essa experiência
de recomeço, deve fazer parte de nossas vidas.
Aprendemos com ela a arte de
sorrir cada vez que o mundo diz que não... enquanto todos os brasileiros se
mostravam furiosos por ela ter recebido uma avaliação negativa e injustas aos
nossos olhos, ela apenas sorria, como se previsse: “o melhor está por vir".
Aprendemos com ela a arte de
sorrir cada vez que o mundo diz que não... pois sempre demonstrou sua humildade,
simpatia e admiração pelas suas rivais quando perdia e por essas razões quando
obteve sua maior conquista foi reverenciada.
Aprendemos com ela a arte de
sorrir cada vez que o mundo diz que não... por incrível que pareça, ela nos
ajudou como país recuperar o orgulho das cores de nossa bandeira e por esta ser
elevada no local mais alto do Ginásio explodindo a nação de alegria.
Cada vez mais, aprendemos a
arte de sorrir quando o mundo diz que não... pois além das três mulheres negras
presentes no pódio no dia (05/08), também tivemos Beatriz Souza, conquistando no
dia (02/08), nossa medalha de ouro.
Cada vez mais, aprendemos com
ela a arte de sorrir cada vez que o mundo diz que não... mesmo que tardiamente
descobrimos que somos o país da ginástica de trampolim, ginástica rítmica, judô,
tênis de mesa, nado artístico, natação, ginástica artística e não somente do
futebol. A cada olimpíada percebemos que nossa história está mudando e um dia
seremos respeitados na maioria das modalidades de esportes.
Cada vez mais, aprendemos a
arte de sorrir mesmo quando o mundo diz que não... pois nesses jogos olímpicos
as mulheres estão dominando várias modalidades de esportes numa velocidade de
fazer inveja a muitos homens.
A arte de sorrir cada vez mais
que o mundo diz que não... viva Rebeca Andrade.
A arte de sorrir cada vez mais
que o mundo diz que não... viva Beatriz Souza.
A arte de sorrir cada vez mais
que o mundo diz que não... viva as mulheres brasileiras.
A arte de sorrir cada vez mais
que o mundo diz que não... viva o povo brasileiro.
Isso foi tudo para hoje. Ainda
temos muitas emoções pela frente, então é vida que segue!