Foi um final de tarde bem
diferente na Grande Vitória. Voltava para casa,
após enfrentar um belo engarrafamento no centro da capital capixaba e seguir
pela segunda ponte. Observava o céu com muita desconfiança e pensava: “essa
noite vai chover.”
Abro parênteses para dizer que
quem mora em Vila Velha vive emoções bem especiais em dias de chuva, sabe que
após uma noite de chuvas torrenciais, o carro deve ficar, preferencialmente, em
casa e partir para o trabalho de coletivo, caso não queira ficar preso a um mar
de águas pluviais.
Como anunciado pelos
meteorologistas, caiu uma forte chuva que se estendeu a noite inteira. Confesso, não consigo dormir bem em noites assim…
No dia seguinte, levantei bem cedo, como de costume. Separei guarda-chuvas, sapatos, mochilas e fui em
direção ao ponto de ônibus. Sempre gostei de utilizar esse meio de transporte,
pois dentre outras coisas é uma fonte de boas histórias, coisas do tipo: “o ser
humano é um quadrúpede de dois pés.”
O coletivo chegou ao ponto do
embarque, entrei e me posicionei num local estratégico, bem próximo da porta e
de uma janela, pois em tempos de pandemia, todo cuidado é pouco.
À medida que a curta viagem foi
se desenvolvendo, aproveitei para ficar observando a quantidade de água que
inundava as ruas de Vila Velha. Situação bem calamitosa! Sem contar com o
grande engarrafamento que se formou, porque os carros mais baixos não
conseguiam passar e impediam os ônibus de avançarem. Experiência maravilhosa.
De repente... iniciou-se uma
discussão no ônibus por causa das janelas fechadas. Uma senhora bem revoltada,
começou a brigar dizendo: - É um absurdo esse ônibus todo fechado. Vocês não
têm consciência de que estamos vivendo numa pandemia? Claro que me interessei em ouvir a história,
afinal gosto de histórias de ônibus.
Após muita reclamação dela,
respostas nada elegantes de outros passageiros e uma confusão generalizada, o
coletivo finalmente chegou ao terminal.
Após todo aquele episódio, fiquei
pensando na solidão daquela senhora e na reação das pessoas. Ela estava
totalmente correta nas suas ponderações! Entretanto, os outros passageiros se
colocaram contra e como se não bastasse, a ofenderam.
Fico impressionado como somos
fechados e ensimesmados nos nossos próprios interesses. As vezes, tomamos
atitudes individuais que prejudicam toda uma coletividade e não nos preocupamos
com isso. Temos a impressão de que o mundo gira ao nosso redor.
Os tempos são difíceis e penso
que quanto mais solidários nós formos, vamos não somente contribuir para a
nossa saúde, mas também para uma sociedade um pouco melhor. Como alguém já
disse no passado, “ninguém é uma ilha e somos dependentes uns dos outros.”
Gosto da expressão bíblica que
diz: “Portanto, tudo quanto quereis que as pessoas vos façam, assim fazei-o vós
também a elas, pois esta é a Lei e os Profetas”. Mateus 7:12. Entendo que este versículo
ilustra muito bem a atitude da maioria das pessoas nos nossos dias, desejamos
que nos façam o bem e não nos cansamos de fazer ou mesmo desejar o mal aos
nossos semelhantes.
Que as janelas dos nossos
corações sejam abertas, que a brisa divina e o sol da justiça entrem, iluminem
e aqueçam nossas vidas.
Alguém abra um pouco a janela,
por favor...
É isso por hoje... é vida que
segue.
Excelente Reflexão!!! Deus quer que sejamos cordiais, generosos uns para com os outros...
ResponderExcluirInfelizmente vivemos em uma sociedade onde o certo se torna errado em inúmeras situações,que possamos sim abrir a janela respirar a brisa divina.
ResponderExcluirAbrir as janelas significam grandes coisas que podemos compartilhar com o próximo; o amor, a gentileza e a compaixão. Estarmos nessa posição é sermos gratos com Deus. Parabéns, Roberto pela sua perseverança e de olhar o mundo com os olhos mais humanos. Paz de Cristo.
ResponderExcluirExcelente reflexão
ResponderExcluirReflexão maravilhosa! Mas infelizmente a humanidade estão de portas e janelas trancadas, aonde só tem olhos para o "seu eu". A empatia se perdeu ou melhor morreu dentro dessas janelas fechadas.
ResponderExcluirÓtima reflexão!!
ResponderExcluirEsse é o recorte dá sociedade de hoje... inversão de valores e o desrespeito impera.Raridade encontramos situação de empatia e solidariedade, a não ser em tragédias...
ResponderExcluirPerfeito! É isso aí. Amém
ResponderExcluirInfelizmente hoje as pessoas estão muito impacientes eu sinto a falta de amor !! Só Deus!!
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