Histórias de vidas numa caneca de chá!
Todos nós, de um modo
geral, gostamos de ganhar presentes e algumas pessoas gostam tanto da lembrança,
que por hábito, acabam guardando-a, sem utilizá-la por um bom tempo.
Sempre gostei de canecas
e comecei uma bela coleção durante alguns anos, coleção esta que relembrava um
pouco dos lugares por onde passei e alguns presentes dos amigos.
Na caneca em tela,
aproveitando um termo usado nos processos das repartições públicas, encontraremos
várias fotos que serão alvo de algumas crônicas ao longo das próximas semanas.
A primeira foto, reporta ao
ano de 2017, quando estive no Brasil por ocasião do Congresso do PEPE
Internacional. Antes da programação iniciar, tive a grata surpresa de reencontrar
Néri, amiga que a gente guarda do lado esquerdo do peito para sempre.
Em 1982, ano que o
Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil fervilhava de alunos e mais
parecia uma cidade sem comércio, chegou mais duas turmas para iniciarem os
cursos de música sacra e teologia.
Num dos dois grandes
grupos, estava uma jovem bem tímida, chamada Néri, vinda diretamente de
Realengo para cumprir seus quatro anos no curso de música sacra.
Naquela época, eu passava
maior parte do meu tempo no Centro de História Viva dos Batistas Brasileiros,
ora estudava, ora cumpria os trabalhos
exigidos pelos professores.
Certo dia, entraram
algumas moças naquele recinto e começaram a indagar sobre o trabalho que era
feito naquela espécie de calabouço e entre essas jovens estava Néri. Mesmo
diante de minha timidez, começava ali, uma grande amizade.
O tempo passou, conclui
meu curso e continuei trabalhando no STBSB e assim que ela terminou o curso de
música em 1985, seguiu o seu caminho dedicando-se à música e também a
fonoaudiologia, tornando-se pós-graduada nessa área.
Muitos corais e crianças
foram cuidadas e devidamente tratadas, com todo o carinho, por essa amiga
querida. Convém dizer que, após sua formatura no STBSB, nos encontramos apenas
uma vez na Convenção Batista Brasileira, que aconteceu no Centro de Convenção
na Barra da Tijuca.
Tenho uma amiga que
sempre diz que amigo é aquele que você pode ficar anos sem ver e quando se
encontram dizem: “oi, amigo que bom te rever!”. Foi assim, reencontrei minha
amiga e iniciamos uma conversa praticamente de onde paramos na última vez que
havíamos nos encontrado.
Néri, é uma dessas pessoas
que ajudam nossa vida a se tornar mais leve pela maneira tranquila como leva a
sua vida, apesar de todos os reveses que a vida, às vezes, oferece.
Néri, é alguém que
consegue enxergar os conflitos das relações de uma forma cristalina e consegue
separar os interesses reais e chegar ao centro do problema e sempre está disposta
a trabalhar pela solução e não pela extensão do conflito.
Néri, é especial! Sua sensibilidade,
particularmente, me faz desejar que o mundo fosse povoado de pessoas com a
bondade e o desejo de uma sociedade melhor, algo que ela carrega em seu coração
e mostra através das suas atitudes.
Néri, é uma amiga que
sempre procura mostrar as possibilidades das situações que parecem não haver
mais esperança, sempre mirando de maneira inequívoca, o autor e consumador da
nossa fé.
Néri, é uma dessas amigas
que nos jogam para cima, seja lendo, corrigindo e sugerindo os meus textos, bem
como indicando pessoas que podem acrescentar elementos novos aos meus sonhos de
realização ministerial.
Néri! Sou grato a Deus
por sua vida e saiba que necessitaria de muitas outras canecas de chá para
falar da minha gratidão e o apreço que tenho por sua vida.
Obrigado pela caneca, que
me faz lembrar várias histórias de vida... Vamos continuar tomando o nosso chá,
café ou água, recordando os nossos encontros do dia a dia.
É isso por hoje! É vida que segue...