In Memorian de Hallace Ferreira da Silva e Izabel Cristina de Macedo
“Onde está, ó morte, a tua vitória, onde está, ó morte, o te aguilhão?" I
Cor 15:55
Na minha vida pastoral venho lidando com pessoas o tempo todo e como não
poderia ser diferente com as festas da vida e as lágrimas da morte.
Presenciei fatos duros que me renderam experiências marcantes, porém
sempre tive muitas reservas em lidar com a morte como algo natural, mesmo
porque não sou legista e sim pastor e acho que ela invade nossas vidas nos
momentos em que menos estamos preparados. Se é que existe preparo humano para
este fato que por sinal será corriqueiro na minha e na sua vida. Que me
desculpem os teólogos de plantão: falo de sentimento e da dor pela separação e
não de teologia.
Este ano em curso tem sido um dos mais complicados no sentido de perdas
de gente querida e pessoas da família. Alguns amigos do coração se foram e
quando se está literalmente longe parece que a sensação de vazio e impotência é
terrivelmente maior.
No domingo Hallace Ferreira da Silva se despediu da vida terrena, uma
criança de apenas 12 anos e com todo um futuro por viver. Como dói porque
imaginamos e projetamos o que essa criança poderia fazer na vida e pela vida
das pessoas. Essa dor gradativamente diminuirá, mas essa triste lembrança permanecerá
para sempre nos corações dos pais, avós e parentes.
Como não se bastasse mais uma pessoa querida nos deixou ontem, deixando
uma certeza de vazio enorme no nosso peito. Minha amiga de infância, conjunto
musical, escola, família... Izabel Cristina. Um pouco antes de minha viagem
para o continente africano nos encontramos e ela se mostrava tão animada com
seus projetos de vida. Mas assim é a vida, cheia de surpresas e algumas de
conteúdos nada agradáveis.
Sei que virá um dia em que a morte não nos trará mais sofrimentos, porém
enquanto esse dia não chega, choremos pelos que foram, mas acima de tudo amemos
aqueles que se encontram conosco, para que choro na hora da morte seja apenas
pela separação e que mesmo sendo momentânea como nos afirma a Bíblia não deixa
de ser dolorida.
A Bíblia nos conta que Jó num contexto e depois muito sofrimento disse: “Antes
Deus eu te conhecia só por ouvir falar, mas agora eu te vejo com os meus
próprios olhos.” Um dia também o veremos face a face como Hallace e Izabel o
têm contemplado.
Que Deus possa confortar as famílias, os parentes e amigos enlutados e
amenizando está dor que insiste em afligir nossas almas nestes momentos.
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Que Deus a todos abençoe dando forças nesta
nova etapa desta caminhada.